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Bancos obrigados a testar subida significativa dos juros na concessão de crédito

Os bancos estão a ser obrigados a testar uma subida significativa das taxas de juro no momento em que avaliam a capacidade dos clientes de reembolsarem os créditos que pretendem contrair. Imposição do Banco de Portugal visa acautelar risco de subida da euribor.

Bruno Simão/Negócios
06 de Junho de 2017 às 13:05
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Sempre que avaliam a capacidade de um cliente pagar o empréstimo que pretende contrair, os bancos têm que analisar se consegue fazer face a uma subida significativa das taxas de juro. Esta prática resulta de uma exigência imposta pelo Banco de Portugal com o objectivo de reduzir o risco de práticas menos restritivas na concessão de crédito, identificado no relatório de Estabilidade Financeira, publicado esta terça-feira, 6 de Junho, pela entidade de supervisão. 

 

Com esta exigência, o supervisor quer que os bancos estejam mais focados na capacidade de pagamento dos clientes bancários, do que no valor dos activos dados como colateral dos empréstimos. Isto para evitar que, em caso de incumprimento, os bancos não venham a ficar com mais activos não rentáveis. 

 

Para o banco central, o risco de os bancos serem menos exigentes na concessão de financiamento pode ser uma das consequências da melhoria do ambiente económico e orçamental de Portugal. O Banco de Portugal quer assegurar que o maior optimismo económico não leva ao relaxamento excessivo dos critérios de concessão de risco. 

 

"Num cenário de aumento das taxas de juro, a qualidade de crédito das instituições financeiras nacionais poderá ser negativamente afectada, sobretudo se a recuperação económica em Portugal não acompanhar o desempenho da área do euro", refere o documento. 

 

Para já, face aos indicadores conhecidos recentemente, o risco de a evolução da economia penalizar a estabilidade financeira foi, segundo o documento, a única ameaça que registou uma evolução positiva desde Novembro, altura em que foi publicada a edição anterior do relatório de estabilidade financeira. 

 

Apesar da melhoria deste risco, o Banco de Portugal entende que não há condições para exigir que os bancos constituam reservas de solidez contra-cíclicas, ou seja, almofadas de capital a constituir em fases de crescimento económico para fazer face, no futuro, às consequências do regresso ao ciclo de contracção económica. 

 

Mesmo estando preocupado com o impacto de uma subida das taxas de juro nos balanços dos bancos, o relatório de estabilidade financeira não deixa de assinalar que o prolongamento do ambiente de baixas taxas de juro é outro dos riscos que ameaçam o sector. Até porque as previsões do Banco de Portugal apontam para que a euribor a três meses só venha a apresentar valores positivos em meados de 2019. 

 

Esta ameaça pode penalizar a recuperação da rentabilidade dos bancos, uma vez que o sector tem menos margem para fazer a renovação das taxas de juro pagas pelos depósitos, depois do esforço nesse sentido feito nos últimos anos. 

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