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Banco de Espanha intervém no Banco de Madrid após denúncia de branqueamento de capitais

O regulador espanhol tomou a decisão depois de uma denúncia de branqueamento de capitais por parte do tesouro norte-americano contra a Banca Privada de Andorra, que detém o Banco de Madrid a 100%. São afectados cerca de 78.000 investidores.

Negócios 11 de Março de 2015 às 09:43
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O Banco de Espanha decidiu intervir no Banco de Madrid, detido a 100% pela Banca Privada de Andorra (BPA). A decisão do regulador espanhol surgiu na sequência de uma denúncia de branqueamento de capitais, apresentada pelo Departamento do Tesouro norte-americano contra o BPA, que levou à intervenção deste pelo Instituto Nacional Andorrano de Finanças (INAF). A decisão foi tornada pública terça-feira, 10 de Março, ao início da noite, através de um comunicado emitido pela entidade presidida por Luis María Linde.

 

Horas antes da intervenção, o BPA garantira que as suas filiais não seriam afectadas pela decisão do INAF e que, no caso concreto do Banco de Madrid, não haveria quaisquer razões para dúvidas, sendo que este banco acabara até de passar pelo ciclo de inspecções periódicas a que são sujeitas as entidades bancárias. O supervisor espanhol teve dúvidas e acabou mesmo por avançar, para "garantir a continuidade da operação" do banco, noticiam os jornais espanhóis.

 

O Banco de Espanha designou dois gestores - José Luis Gracia Cáceres e Alejandro Gobernado Hernández – que vão agora investigar exaustivamente as contas com Banco Madrid, para averiguar se há quaisquer conexões com actividades de branqueamento de capitais com clientes procedentes da China, Rússia e Venezuela, como acontecerá com o BPA, de acordo com a denúncia feita pelos americanos.

 

De acordo com o Cinco Días, a decisão do Banco de Espanha afecta um número significativo de investidores em fundos. O banco, especialista em sociedades de investimento, tinha avançado nos últimos tempos para uma agressiva estratégia de aquisições e ocupava o 13º lugar no ranking dos gestores de fundos em Espanha.

 

Os números de Janeiro indicavam que o património dos fundos geridos pelo Banco de Madrid ascendia a 3.070 milhões de euros, distribuídos por 103 fundos. O número de clientes afectados será de 78 mil, sendo que o banco opera através da Liberbank Gestión, a sua principal marca, do BMN Gestión, do Banco Madrid gestão de activos, do BPA Global Funds e da Norkapp Gestão. O fundo com mais participações é o Liberbank Aforro, com mais de dez mil investidores.

 

Em todo o caso, estas carteira não deverão ser afectadas com a operação de intervenção por parte do banco central espanhol, uma vez que o banco se limita à sua gestão e custódia, ou seja, o dinheiro continua a ser legalmente propriedade dos investidores.

 

O Banco de Madrid conta ainda com activos de cinco mil milhões de euros, que estimava que pudessem atingir os 8,7 mil milhões em 2017. No final de Setembro, segundo os últimos dados disponíveis citados pela imprensa espanhola, o banco tinha depósitos no valor de 674,7 milhões de euros. Estes depósitos serão sempre garantidos até aos primeiros 100.000 euros por cliente pelo fundo de Garantia de Depósitos.

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