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CGD: Banco de Portugal não detetou "ocultação" de perdas no crédito
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, afirma que o supervisor não detetou qualquer desvio anormal das imparidades da CGD em comparação com o setor. Nem "detetou a ocultação" de perdas associadas à carteira de crédito.
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, esclareceu esta quarta-feira que a entidade que lidera não detetou qualquer desvio anormal a nível das imparidades da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no âmbito das inspeções realizadas.
"A intensidade da supervisão através do recurso a inspeções aumentou significativamente a partir de 2010, à medida que a crise se intensificou e o enquadramento regulatório internacional e nacional se tornou mais exigente", começou por dizer o governador do Banco de Portugal.
Com base nestas inspeções, foi possível concluir que "os níveis de imparidade da CGD não revelavam qualquer comportamento anómalo relativamente ao sistema bancário", notou o governador aos deputados, naquela que é a segunda audição da nova comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco estatal.
"As conclusões obtidas com as inspeções transversais realizadas pelo Banco de Portugal, entre 2011 e 2013, e pelo Banco Central Europeu (BCE), em 2014, aquando da revisão da qualidade da carteira de crédito das instituições significativas (Asset Quality Review, AQR), também não detetaram qualquer ocultação ou subestimação relevante de perdas na carteira de crédito", acrescentou Carlos Costa.
Apesar destas conclusões, "foram, ainda assim, emitidas recomendações à Caixa Geral de Depósitos para corrigir as fragilidades detetadas e reforçar o ambiente de controlo interno".
Questionado novamente por João Paulo Correia, deputado do PS, sobre o facto de o supervisor não ter detetado qualquer "anomalia" na carteira de crédito do banco público naquela altura, Carlos Costa reforçou a sua posição: "A CGD não se distinguiu em matéria de NPL (crédito malparado) nem de imparidades".