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Associação de clientes do Montepio reuniu-se com BdP e pediu escrutínio sobre nova direcção

A associação de clientes do Montepio Geral Salvem o Pelicano reuniu-se esta terça-feira com o responsável de supervisão do Banco de Portugal a quem pediu escrutínio para assegurar a efectiva separação entre a associação mutualista e o banco.

1958 – Montepio – Entre as seis empresas portuguesas presentes no “ranking”, só o Montepio conseguiu subir algumas posições face à lista do ano passado. O banco subiu de 1.967 para a posição 1.958 num total de 2.000.
Negócios 04 de Agosto de 2015 às 17:51
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Segundo o presidente da associação Salvem o Pelicano, Luís Varennes, o encontro de cerca de uma hora entre a vice-presidente da associação, Eunice Cabral, e o director do Departamento de Supervisão Prudencial do Banco de Portugal, Carlos Albuquerque, serviu para ser mostrada preocupação para com a equipa que irá assegurar nos próximos anos a gestão do banco mutualista.

 

"Esta lista não responde aos objectivos de independência das duas instituições [Caixa Económica e Associação Mutualista]. A promiscuidade vai continuar até porque a lista é nomeada pela associação mutualista", afirmou Varennes à Lusa.

 

Esta quarta-feira, pelas 15:00, vai decorrer em Lisboa a assembleia-geral extraordinária da Caixa Económica Montepio Geral que vai eleger os órgãos sociais do banco até 2018, resultantes do novo modelo de governação que tem por objectivo reforçar a independência da instituição financeira face à associação mutualista, que é também o seu único accionista, com destaque para a eleição de Félix Morgado como presidente executivo.

 

Félix Morgado, ex-responsável da Inapa, irá substituir Tomás Correia, que deixa de presidir aos Conselhos de Administração de ambas as entidades e fica exclusivamente na liderança da associação mutualista.

 

De acordo com os estatutos, a reunião magna será apenas composta pelos órgãos sociais da Associação Mutualista, ou seja, será restrita a cerca de 20 pessoas.

 

Após a eleição da nova equipa de gestão da Caixa Económica Montepio Geral, o Banco de Portugal terá 30 dias para se pronunciar e Luís Varennes disse esperar que o supervisor analise "cuidadosamente" e faça um real "escrutínio" dos nomes que serão eleitos.

 

Da reunião de hoje, acrescentou, a associação Salvem o Pelicano ficou com a ideia de que a entidade liderada por Carlos Costa está "preocupada em assegurar a independência dos órgãos sociais da Caixa dos órgãos sociais da Associação Mutualista".

 

O Montepio tem sido motivo de notícia nos últimos meses devido a alterações nos seus estatutos, até por imposição da nova legislação que aperta as regras das caixas económicas, e de polémicas relacionadas com a actuação do banco e da relação com o seu principal accionista, a Associação Mutualista. Isto tem tido impacto também na liquidez do banco, com saídas de depósitos, e criado um clima de conflito interno, com alguns associados a contestarem a gestão de Tomás Correia, caso do movimento Salvem o Pelicano.

 

Entretanto, no final de Julho, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) confirmou que recebeu documentação do Banco de Portugal relativo à Caixa Económica Montepio Geral, matéria que está a ser alvo de análise.

 

Dias antes, o jornal Público tinha avançado que o Banco de Portugal tinha feito uma denúncia ao Ministério Público contra a Caixa Económica Montepio Geral, por não ter cumprido os procedimentos legais exigidos de comunicação imediata às autoridades perante transacções financeiras internacionais, suspeitas de indiciarem crimes de branqueamento de capitais. Então, o Montepio ameaçou processar o jornal.

 

Também no final de Julho, no dia 29, Luís Varennes e Eunice Cabral, da direcção da Associação Salvem o Pelicano, foram recebidos durante 1h30m pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque. 

 

Na reunião, Luís Varennes expressou as preocupações dos associados, clientes e investidores do Montepio Geral quanto à evolução do Montepio.

 

Tal como outras entidades públicas, incluindo os reguladores, a ministra afirmou que acompanhava essas preocupações e que o diploma aprovado em conselho de ministros na semana precedente era importante para o futuro do Montepio, embora, em última análise, caiba ao Banco de Portugal acompanhar a situação e dar-lhe resposta. 

 

Foi salientada a importância de um modelo de governance adequado, não só em termos de normas e regras, mas também na sua implementação efectiva ("checks and balances") e pela qualidade dos seus intervenientes. 

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