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Apollo avança para fusão com a Athene e cria conglomerado de quase 30 mil milhões
A nova empresa que nasce da fusão entre a Apollo e a Athene está avaliada em cerca de 30 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros).
O grupo norte-americano Apollo Global Management vai avançar com uma fusão com a Athene Holding - a seguradora criada durante a crise financeira - uma operação que irá transformar a gestora de investimentos num conglomerado financeiro com uma capitalização de mercado de cerca de 30 mil milhões de dólares (cerca de 25 mil milhões de euros), noticia o Financial Times.
O acordo é conhecido semanas depois de Leon Black ter anunciado que deixaria o cargo de CEO da Apollo, após uma investigação independente sobre o seu relacionamento pessoal com o falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein.
Põe também fim a um lucrativo acordo de taxas entre as duas empresas que gerou duas ações judiciais de investidores do Athene depois que se tornou objeto de uma investigação do Financial Times em 2018.
A Apollo criou a Athene em 2009, vendo o negócio dos seguros como uma oportunidade de comprar dívida de empresas e outros ativos de crédito a preços atrativos. Rapidamente, a Athene tornou-se o maior cliente da Apollo, pagando enormes comissões à empresa de private equity, que era responsável pela gestão da maior parte do seu balanço.
No entanto, uma investigação do FT descobriu que os próprios executivos da Apollo estavam descontentes com a situação, por considerarem que estavam a ser cobrados à Athene milhares de milhões de dólares a mais do que outra empresa cobraria pelos mesmos serviços.
Em 2019, dois acionistas da Athene processaram o acordo, alegando que a Apollo havia usado a sua influência sobre a seguradora para conceder a si mesma comissões "exorbitantes" que, segundo eles, eram equivalentes a "roubar" a seguradora.
O FT conta que, pouco tempo depois, a Apollo procurou aproxima posições em relação aos investidores da Athene, cortando a sua participação com direitos de voto e investindo mais 1,6 mil milhões de dólares na seguradora.
A Apollo dá agora mais um passo adiante, eliminando a distinção entre as empresas. No âmbito desta fusão, os acionistas da Athene vão receber 1,149 ações ordinárias da Apollo por cada ação ordinária classe A, deixando os investidores da Apollo com aproximadamente 76% da empresa que nascerá da fusão, enquanto os acionistas da Athene ficarão com os restantes 24%.