Notícia
Antigos gestores do Barclays Portugal reintegrados após serem ilibados
Os três antigos gestores do Barclays Portugal, incluindo o ex-presidente Peter Mottek, foram reintegrados no banco, depois de terem sido ilibados pelo inquérito interno realizado pela casa-mãe britânica, apurou o Negócios. Mas como os seus lugares já estão ocupados, foram dispensados de se apresentar ao serviço. A negociação da rescisão de contrato surge como a saída mais provável para este processo.
Peter Mottek, antigo presidente do Barclays Portugal, Ana Paula Alves, ex-administradora financeira, e António Nunes da Silva, que era responsável pela área comercial, foram reintegrados na instituição, depois de terem sido ilibados num inquérito interno por alegadas más práticas, soube o Negócios. No entanto, os três gestores, que estavam com funções suspensas desde Abril do ano passado, foram também dispensados da prestação de trabalho, uma vez que os seus cargos foram entretanto ocupados por outros responsáveis.
A negociação da rescisão de contrato surge assim como o desfecho mais provável para este braço-de-ferro entre a sucursal do banco britânico em Portugal e os três quadros. Fonte oficial do Barclays em Lisboa recusou fazer quaisquer comentários sobre processos envolvendo colaboradores.
A negociação da rescisão de contrato surge assim como o desfecho mais provável para este braço-de-ferro entre a sucursal do banco britânico em Portugal e os três quadros.
Mottek, Ana Paula Alves, Nunes da Silva e Sérgio Muñoz, que tinha o pelouro do marketing, tinham sido preventivamente suspensos de funções pela casa-mãe britânica em Abril de 2013, no âmbito de uma investigação interna a alegadas más práticas, que levou também à denúncia de suspeitas de cartel na banca portuguesa na concessão de crédito à habitação e outros financiamentos a particulares, ainda em investigação. Na altura, os gestores ficaram sem acesso aos telemóveis que usavam profissionalmente e ao respectivo correio electrónico.
Na sequência desta suspensão, a gestão do Barclays Portugal passou a ser feita a partir de Madrid, uma vez que a liderança foi confiada a Jaime Echegoyen, na altura co-CEO da operação ibérica juntamente com Mottek, mas que até então era responsável apenas pelo banco em Espanha.
Em Janeiro deste ano, após nove meses de gestão temporária a partir de Madrid, as operações de Portugal e Espanha passaram a estar, oficialmente, sob o mesmo chapéu, tendo a liderança ibérica do Barclays sido entregue a Cláudio Corradini, que até Janeiro era responsável pelo negócio de retalho e empresas do Barclays Itália. A liderança da operação portuguesa do banco britânico ficou, desde esse momento, definitivamente sedeada na capital espanhola.
A liderança da operação portuguesa do banco britânico ficou, desde Janeiro último, definitivamente sedeada na capital espanhola.
“No ano passado, o Barclays Ibéria trabalhou com uma estrutura interina com um único CEO tanto em Portugal como em Espanha, que provou ser bem sucedida e que permitiu maior colaboração entre as equipas”, justificou o banco numa nota de imprensa divulgada a 30 de Janeiro.