Américo Amorim e a ESAF, dois nomes apontados esta terça-feira como clientes do HSBC, desmentem qualquer ligação com o banco suíço que patrocinou um esquema de fuga ao fisco.

"Nunca tive nenhuma conta nesse banco na minha vida. Isso não tem fundamento", garantiu Américo Amorim, em declarações ao Negócios. De acordo com o site angolano Maka Angola, o empresário é um dos portugueses que consta na lista de clientes do HSBC, com depósitos no valor de 5,78 milhões de dólares (cerca de 5,1 milhões de euros).

Também a Espírito Santo Activos Financeiros (ESAF) é apontada pela publicação angolana como outro dos clientes portugueses com depósitos no banco suíço – neste caso, o maior depositante institucional português - com uma aplicação de 174,5 milhões de dólares (cerca de 154 milhões de euros).   

Segundo o Maka, a Espírito Santo Activos Financeiros Asset Management surge noutra rubrica, com outro código bancário, e mais um depósito de igual valor, 174,5 milhões de dólares, perfazendo um total de 350 milhões.

Em declarações ao Negócios, a ESAF nega qualquer relação com a instituição helvética. "A ESAF-SGPS desmente categoricamente a notícia que refere que esta sociedade detinha aplicações junto do HSBC Suíça no montante de 174,5 milhões de dólares", afirma a administração da ESAF. "Acresce ainda que a outra sociedade mencionada no mesmo artigo é desconhecida da ESAF SGPS".

"Finalmente, referimos que a ESAF SGPS nunca foi detida pelo GES mas sempre fez parte do grupo BES e actualmente grupo Novo Banco", acrescenta a ESAF.

Avançada esta terça-feira, 10 de Fevereiro, pelo site angolano Maka, a lista de clientes portugueses do HSBC – onde estão incluídos Américo Amerim e a ESAF - conta com 611 nomes, ligados a Portugal quer por nacionalidade, quer por residência, cujos depósitos totalizam 969 milhões de dólares. Além do empresário e da unidade do Grupo BES, o artigo da publicação angolana nomeia ainda outros cidadãos portugueses que não são conhecidos do grande público. O Negócios tentou identificar e contactar as pessoas referidas na notícia, o que não foi possível até ao momento. 

De realçar ainda que a lista se refere a clientes com contas no HSBC. Não significa que todos eles tenham praticado actos ilícitos, nomeadamente de fuga ao fisco.