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Volkswagen, BMW e Fiat arriscam multa de 1.000 milhões por causa das emissões

Alguns dos principais construtores mundiais de automóveis estão em risco de falhar as metas de emissões de dióxido de carbono de 2021. A culpa é da quebra de vendas de carros a gasóleo e da maior apetência dos consumidores por veículos desportivos utilitários (SUV).

22 de Setembro de 2017 às 11:24
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Um total de sete dos 11 maiores construtores de veículos automóveis está em risco de falhar as novas metas de emissão de gases de dióxido de carbono, de acordo com um estudo da consultora PA Consulting divulgado pela Bloomberg. Na lista estão a Volkswagen, a BMW e a Fiat. Entre as razões avançadas para a possibilidade de falharem os novos limites está o facto de as vendas de veículos a gasóleo estarem a cair, com os consumidores a preferirem veículos desportivos utilitários (SUV).

 

As novas regras de emissões europeias entram em vigor em 2021 e estipulam que as novas viaturas que forem vendidas terão de emitir menos de 95 gramas de dióxido de carbono por quilómetro. Quem desrespeitar este limite enfrenta multas pesadas de 95 euros por cada grama acima do alvo, que será multiplicado pelo número de carros que cada construtor vendeu no ano anterior, 2020.

 

Segundo a Bloomberg, isto significa que a Volkswagen enfrentaria uma multa de 1,7 mil milhões de euros e a BMW arrisca pagar 700 milhões. A lista completa de fabricantes não foi divulgada.

 

Cada fabricante tem os seus próprios limites, que leva em consideração o peso médio dos carros que produz – quem vende carros mais leves enfrenta metas mais duras do que quem produz carros maiores e mais pesados. E por cada carro totalmente eléctrico que vendam, os construtores recebem um bónus, um super-crédito, que permite compensar as emissões de outros veículos.

 

Ou seja: a Mercedes não terá os mesmos limites da PSA Peugeot Citroën, porque em regra vende carros mais pesados.

 

Carros a diesel emitem 20% menos dióxido de carbono do que a gasolina

 

O problema é que as vendas dos carros a gasóleo – cujas emissões de gases de CO2 são inferiores em 20% às dos carros a gasolina – estão em queda. Isto porque a circulação de veículos diesel está a ser proibida em diversas cidades europeias. A quota de mercado dos carros a gasóleo passou de 52% em Outubro de 2015 para 45% no passado mês de Maio. É por isso que vários fabricantes estão em risco de falhar as novas metas: porque os carros a gasolina poluem mais.

 

De qualquer das formas, os veículos a gasóleo também não serão uma solução fácil, porque em 2021 entram em vigor novos limites para o óxido de nitrogénio.

 

Por outro lado, a venda de veículos desportivos utilitários (SUV), como Nissan Qashqai ou Renault Captur, aumenta a "complexidade e dificuldade" do processo e "vai aumentar o desafio que as construtoras enfrentam", diz Thomas Goettle, responsável pela área de automóvel da PA Consulting.

 

No Salão Automóvel de Frankfurt, o CEO da BMW, Harald Krueger, disse ao Financial Times que "é evidente" que a marca precisa de vender carros a gasóleo para conseguir atingir as metas de 2021.

 

De acordo com a Bloomberg, há apenas quatro fabricantes automóveis que não deverão ter problemas em cumprir as metas: Volvo, Toyota, Renault-Nissan e Jaguar Land Rover.

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