A empresa de «rent-a-car» Globalrent/Sixt vai investir cerca de 40 milhões de euros (8 milhões de contos) na duplicação da sua frota de veículos até ao final do ano, explicou ao Canal de Negócios Luís Branco de Sousa, administrador da empresa.

Luís Branco de Sousa, administrador da Sixt explicou a este meio, que até ao final do ano e consoante as épocas de pico máximo da actividade, o parque de veículos da Sixt vai duplicar, chegando às 5.000 unidades.

«Existe um objectivo de atingir um volume de negócios perto dos 14,9 milhões de euros (três milhões de contos), o que corresponderá a um aumento da facturação de cerca de 30% em relação ao ano anterior», acrescentou aquele responsável.

Em termos de estratégia, Branco de Sousa explica que «o nosso plano trienal prevê estarmos entre os quatro maiores operadores do mercado nos próximos três anos, o que nos leva a adoptar uma estratégia própria para aquele período».

Segundo aquele responsável, «identificámos e focalizámos três áreas, que vão repartir-se entre o turismo, que poderá representar 50% da nossa actividade, a área de “corporate”, com cerca de 30% e a área de balcões, que representará 20%».

A área de turismo apresenta o maior volume de vendas com o contributo de margens mais reduzidas, o que decorre da celebração de acordos com grandes operadores e agentes de turismo. O negócio na área de «corporate» passa pela negociação com algumas empresas para o aluguer de curta duração ocasional, o que «permitiu definir um objectivo de quota no volume de negócios de 30%», enquanto o negócio na área dos balcões representa 20% da actividade.

A área de “corporate”, «é aquela onde pensamos existir o maior potencial de crescimento», explica aquele responsável.

O facto da Globalrent, que detém o «franchise» da SIXT, pertencer ao Grupo Soluções Automóvel Globais (SAG), aquisição efectuada no final de 1999, permitirá «uma maior sinergia no processamento de certas actividades através de uma unidade de serviços partilhada do Grupo».

No final do ano, a empresa quer ter 20 balcões, prevendo abrir já este mês um balcão no Porto.

Operadores de «rent-a-car» investem cerca de 600 milhões anualmente

«Portugal é conhecido por ser o país com os preços dos alugueres de curta duração mais baixos da Europa», refere Luis Branco de Sousa numa análise ao sector.

Segundo aquele responsável, apesar de existirem mais de 100 operadores inscritos na Associação Nacional de Aluguer de Veículos sem Condutor (ANAVC), entre 9 e 10 operadores detêm 90% do mercado. É o caso da Europcar, da Avis, Hertz, Sixt, AA.Castanheira/Budget, National e Auto Jardim, entre outros.

No seu conjunto, esta situação obriga a um investimento anual de cerca de 600 milhões de euros (120 milhões de contos) em frota para um volume de negócios de 175 milhões de euros (35 milhões de contos).

Outra característica do sector de «rent-a-car» em Portugal, prende-se com o facto dos contratos de aluguer de veículos apresentarem ainda quilometragens ilimitadas. Branco de Sousa refere que «ainda estamos longe de um alinhamento com o mercado europeu», advertindo ser importante «darmos passos nesse sentido».

O potencial de crescimento da actividade de «rent-a-car» poderá ser visto com algum optimismo em relação a duas situações: Em primeiro lugar, à existência de um potencial de actividade turística em Portugal, acrescida pelo desvio do turismo que se destinava a certas regiões marcadas por certos conflitos (exemplo da ameaça feita pela ETA aos turistas em Espanha).

Em segundo lugar, pela realização de qualquer evento de destaque internacional que ocorra em Portugal, como será o caso do Campeonato Europeu em 2004.