Notícia
Nissan corta 12.500 empregos após queda de 99% nos lucros
A redução no número de empregos mais do que duplica o anunciado em maio.
O cenário para a Nissan é ainda mais negro do que as notícias antecipavam.
Os media japoneses tinham avançado que os lucros operacionais tinham descido 90% no segundo trimestre e que a fabricante de automóveis nipónica iria alargar o plano de despedimentos para 10 mil trabalhadores.
A Nissan tinha reagido às notícias afirmando que os números estavam "corretos na generalidade". Mas esta quinta-feira, na apresentação oficial dos resultados, apresentou números ainda mais negativos. Os lucros operacionais baixaram 99% no segundo trimestre o corte de postos de trabalho vai abranger 12.500 trabalhadores.
Em maio a empresa nipónica tinha anunciado que pretendia eliminar 4.800 empregos, sendo que o novo objetivo representa o corte de quase 10% dos 139.000 empregados que a Nissan tem em todo o mundo.
Os lucros operacionais baixaram para 1,6 mil milhões de ienes (13 milhões de euros). Os analistas apontavam para uma quebra de 66% para 37 mil milhões de yen (307 milhões de euros) entre abril e junho. Nos primeiros três meses do ano, os lucros da Nissan afundaram 98%, o pior registo desde a crise financeira de 2008.
A Nissan anunciou ainda um corte de 10% na produção global, a implementar até 2022, aplicando um corte de dimensão similar à sua linha de automóveis.
Os tempos têm sido turbulentos para a Nissan desde que Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan e da Mitsubishi e ex-CEO da Renault, foi detido. Ghosn encontra-se em prisão domiciliária a aguardar julgamento por "má conduta financeira" após ter sido detido pela primeira vez em novembro do ano passado. O gestor é acusado de ter declarado ao mercado rendimentos inferiores aos auferidos e por uso para fins pessoais de dinheiro da Nissan.