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Fiat deixa Itália ao fim de 115 anos
Já decorre a assembleia-geral da Fiat que deverá aprovar a fusão da marca italiana com a norte-americana Chrysler. Apesar da marca de Turim abandonar Itália, o presidente da Fiat garante que o compromisso com o país continuará.
É, finalmente, chegado o dia em que a fabricante italiana de automóveis, Fiat, deixa Itália ao cabo de 115 anos. Está, neste momento, reunida em Turim a assembleia-geral extraordinária dos accionistas que deverá votar favoravelmente a oficialização da fusão com a norte-americana Chrysler, num negócio que criará o sétimo maior grupo automóvel do mundo.
A reunião que decorre em Turim, cidade onde a Fiat foi fundada há 115 anos pela família Agnelli, ditará a saída da marca do país. A nova Fiat Chrysler passará a deter sede legal em Amesterdão, na Holanda, a sede fiscal no Reino Unido e estará cotada em Wall Street, Nova Iorque.
John Elkann, chairman da Fiat, citado pelo italiano La Stampa, assegura, contudo, que "o compromisso em relação a Itália continuará forte e inalterado", dando como exemplo o novo centro nacional construído em Turim e o estabelecimento da Maserati em Grugliasco.
Elkann concretiza que "em Itália, onde a nossa história foi iniciada, queremos continuar a ser protagonistas activos".
A decisão que implica a referida fusão permitirá ao novo grupo automóvel ganhar uma dimensão que lhe permitirá concorrer com algumas das principais marcas mundiais (Volkswagen, Toyota e General Motors), numa decisão que reflecte a lógica, também cada vez mais globalizada, de fusões neste sector.
A Fiat terá concluído já não ser sustentável a manutenção de um negócio que ainda assentava muito no orgulho da história familiar e da sua própria ligação à cidade de Turim. Também citado pelo La Stampa, o CEO da fabricante italiana, Sergio Marchionne, defende que "perante as grandes transformações não podemos dar-nos ao luxo de continuar a encarar a nossa actividade numa perspectiva histórica".
Entre os maiores accionistas reunidos em Turim encontram-se a Ga Sapaz, que através da Exor detém 30,04% da Fiat, o Baillie Gifford, o Vanguard International Growth Fund, o Norges Bank e o People Bank of China.
Já depois de iniciada a reunião de accionistas, os títulos da Fiat seguiam a cair, na bolsa de Milão, 3% para 7,03 euros.