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Fabricantes de automóveis estão "preocupados" com fim dos motores a combustão em 2035

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis considera que as metas estabelecidas pelo Parlamento Europeu para o pós-2030 devem ser "revistas" e alerta que a subida do preço das matérias-primas para produção de baterias deve encarecer o preço final dos veículos elétricos.

No ano passado, o incremento no parque automóvel foi de 110 mil veículos, de acordo com os dados da ACAP.
Inês Gomes Lourenço
09 de Junho de 2022 às 10:42
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A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA, na sigla em inglês) saudou esta quinta-feira a decisão do Parlamento Europeu de manter as metas de redução de emissões de gases para 2025 e 2030. Os fabricantes automóveis mostram-se, no entanto, "preocupados" com fim dos motores a combustão em 2035. 

Para a ACEA, a redução de 15% nas emissões de gases emitidos pelos veículos automóveis até 2025 e de 55% até 2030 é tão acertada como "extremamente desafiadora" e "só alcançável com um aumento massivo do investimento em infraestruturas de carregamento" de veículos elétricos, que sirvam de alternativa aos carros a gasolina e gasóleo.

Já as metas estabelecidas pelo Parlamento Europeu para o pós-2030 devem ser, na ótica dos fabricantes automóveis, "revistas de forma transparente" nos próximos anos. A ACEA alerta que o setor automóvel está-se a preparar para uma "enorme transformação industrial" e que devem ser tidas em contas as "incertezas" da atual conjuntura.

"Dada a volatilidade e incerteza que estamos a viver a nível mundial [com a guerra na Ucrânia e a escalada da inflação], qualquer regulamentação de longo prazo que vá além desta década é prematura nesta fase inicial.
Em vez disso, é necessária uma revisão transparente para definir as metas pós-2030", indica a ACEA.

A associação de fabricantes de automóveis alerta ainda que a subida dos preços das matérias-primas para produção de baterias deverá implicar um aumento dos custos de produção e de venda de veículos elétricos e poderá prejudicar a intenção de Bruxelas de proibir a venda de veículos novos com motores a combustão em 2035.

Oliver Zipse, presidente da ACEA e CEO da BMW, garante que, apesar disso, "a indústria automobilística irá contribuir plenamente para que a Europa se torne neutra em carbono em 2050" e que está a criar "novos modelos" de carros elétricos para dar resposta à procura e "impulsionar a transição para a mobilidade sustentável".

Recentemente, o presidente da Comissão de Ambiente no Parlamento Europeu, Pascal Canfin, veio alertar para o "tsunami de lobbying" de empresas que tem existido, enquanto se discutem propostas para o pacote legislativo Objetivo 55 (Fit for 55), no âmbito da transição climática, sendo a questão dos carros com motores a combustão um dos "elementos sensíveis" nas discussões.

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