As 130 empresas de «rent-a-car» estabelecidas em Portugal, compraram no ano passado 48.445 veículos ligeiros de passageiros e comerciais, correspondentes a um investimento de 598,5 milhões de euros (120 milhões de contos).

Este valor representa 30% do total de veículos ligeiros vendidos em Portugal e contribuiu para uma facturação de 174,58 milhões de euros (35 milhões de contos) no ano passado, revelam os dados da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC).

No total, as empresas de «rent-a-car» empregam 2.745 pessoas e celebraram 2,05 milhões de contratos de aluguer no ano passado, através de 883 escritórios de representação. Estes valores permitiram uma facturação média de 3.990 euros (800 contos) por cada veículo.

O número de veículos vendidos pelas marcas às empresas de aluguer de automóveis é, no entanto, inflacionado em muitos casos pelas necessidades dos importadores em cumprirem os seus objectivos comerciais junto das fábricas.

Em alguns casos, esta situação provoca uma «invasão» de veículos nos concessionários nos últimos dias úteis do mês e altera o «ranking» das marcas mais vendidas em Portugal naquele período.

Joaquim Robalo de Almeida, secretário geral da ARAC, explica que «a falta de conhecimento de elementos estatísticos pelas marcas de automóveis nas vendas de veículos aos «rent-a-car» deve-se ao facto «de muitas delas desconhecerem o número de veículos vendidos pelos seus concessionários aquelas empresas».

Fonte do sector esclarece que «poucas marcas são receptivas em fornecer dados estatísticos sobre as vendas dos mesmos, devido aos elevados descontos que a venda de um lote de veículos provoca, com as consequentes reduções de margem de lucro na sua actividade».

Dois ciclos de vendas anuais

Os dois períodos do ano que constituem os maiores ciclos do ano de venda deste tipo de veículos são os meses de Fevereiro e Março, para o período do Carnaval e da Páscoa, e os meses de Junho e Julho, devido ao período de férias.

Cerca de 80% da frota tem uma periodicidade média de oito meses e as empresas de «rent-a-car» optam por uma de três vias para renovar a sua frota.

A primeira delas é o sistema de «buy-back», ou recompra, que consiste num acordo entre os «rent-a-car» e os construtores de automóveis, em que os mesmos retomam o veículo passado o prazo acordado colocando-o no mercado de segunda mão.

Esta solução reduz o risco dos veículos perderem um valor elevado no mercado de segunda mão. A segunda opção consiste na venda directa das empresas de «rent-a-car» aos comerciantes. A terceira opção consiste na exportação e venda dos veículos para outros países, uma solução cada vez menos adoptada.