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Ferrari pondera sair de Itália e mudar sede fiscal para o Reino Unido
A Ferrari, que se vai separar da Fiat Chrysler em 2015, poderá seguir o caminho desta marca e também alterar a domiciliação fiscal para o Reino Unido de forma a reduzir a carga fiscal.
A conceituada marca de automóveis italiana Ferrari está a conjecturar a possibilidade de mudar a sua sede fiscal de Itália para o Reino Unido, tentando assim escapar à mais pesada carga fiscal praticada em território transalpino.
A notícia avançada esta quarta-feira pela agência Bloomberg está a causar impacto nos media italianos que relevam o facto de a Ferrari poder assim seguir o caminho feito pela Fiat Chrysler Automobiles (FCA), dona da marca do cavalo rampante, que após concretizada a fusão mudou a sede legal da empresa para Amesterdão, na Holanda, a sede fiscal para o Reino Unido e que passou também a estar cotada em Wall Street, nos Estados Unidos.
Esta possibilidade que ainda não foi desmentida pela Ferrari, surge numa altura em que o CEO da FCA Sergio Marchionne se encontra nos Estados Unidos no âmbito de um "roadshow" para captar investidores. A Fiat-Chrysler pretende vender pelo menos 87 milhões de acções da Ferrari e 2,5 mil milhões de obrigações convertíveis em acções da marca de automóveis desportivos.
O jornal Corriere della Sera acrescenta ainda que estará a ser ponderada não apenas a mudança da domiciliação fiscal mas também a eventual mudança legal da sede da Ferrari, sendo que parece estar colocada de parte qualquer possibilidade de encerramento ou deslocalização da fábrica de Maranello, situada cerca de 200 quilómetros a sul de Milão.
Há poucos dias o presidente da FCA, John Elkann, admitia que em relação ao futuro da Ferrari permaneciam em cima da mesa "tantas e diversas hipóteses".
O La Repubblica questiona as vantagens reais deste negócio, ao lembrar as diferenças entre a Ferrari e a FCA, grupo que vive "da produção em massa". Ao invés, a Ferrari é uma marca "icónica" que "beneficia de margens de lucro elevadíssimas pelo que não necessita das vantagens fiscais de Inglaterra para fazer bons negócios", sustenta o La Repubblica.
No final de Outubro, a Fiat-Chrysler anunciou que iria realizar, em 2015, um "spin off" para tornar a Ferrari "independente", colocando em bolsa 10% do capital social e disponibilizando os restantes 90% aos seus accionistas. Após a entrada em bolsa, segundo vários analistas citados em Setembro pelo Corriere della Sera, a Ferrari poderá valer até 5 mil milhões de euros.