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Bosch acredita que pode salvar os motores a diesel
"Esta inovação oferece a oportunidade de levar o debate acalorado sobre o diesel a um novo patamar".
A Robert Bosch revelou que os seus engenheiros desenvolveram um novo sistema de escape de diesel que reduz as emissões muito abaixo dos limites legais que entrarão em vigor em 2020. A empresa afirma que pode ajudar fabricantes de automóveis a evitar potenciais proibições na Europa que ameaçam condenar a tecnologia do motor.
"Esta inovação oferece a oportunidade de levar o debate acalorado sobre o diesel a um novo patamar e, esperamos, concluir esta discussão", disse Volkmar Denner, CEO da Bosch, numa entrevista colectiva.
A gigante alemã de engenharia, a maior fornecedora de motores a diesel para fabricantes de automóveis do mundo inteiro, como a Volkswagen, a General Motors e a Fiat Chrysler, está a intensificar a luta contra a erosão da participação de mercado provocada pelo escândalo de emissões de 2015 da Volkswagen. Dezenas de milhares de empregos dependem da tecnologia, mas os consumidores passaram a preferir motores a gasolina porque cidades como Paris e Londres estão a ponderar impor proibições de circulação para melhorar a qualidade do ar.
As fabricantes de automóveis confiaram no diesel para ajudar o sector a cumprir os limites de emissões de CO2, que contribui para o aquecimento global. Mas, embora emita menos CO2 do que os motores a gasolina, a tecnologia também gera óxidos de nitrogénio que ajudam a criar um smog nocivo, um problema mais grave nas grandes cidades.
O novo processo da Bosch optimiza a geração térmica das temperaturas de exaustão, reduzindo as emissões de óxido de nitrogénio a um décimo do limite legalmente permitido e não exige equipamento novo, afirmou Denner. O sistema mantém a estabilidade das emissões até mesmo em temperaturas baixas, revelou o responsável.
"Com esta nova tecnologia de exaustão, as proibições de condução no centro das principais cidades deixarão de ser um problema. Porquê? Porque agora temos a tecnologia para resolver o problema dos óxidos de nitrogénio no tráfego rodoviário", disse Denner.
O papel da Bosch como principal fornecedora global foi analisado quando os promotores alemães investigaram a tecnologia potencialmente ilegal de motores a diesel usada pelas fabricantes de automóveis para passar nos testes de emissão. Denner reiterou que a Bosch coopera com as autoridades. E pediu mais transparência nos testes de emissões para carros com motores de combustão e também para veículos eléctricos, a fim de obter uma visão realista do impacto exacto sobre o meio ambiente e a qualidade do ar.
Denner disse que a empresa está a proibir a tecnologia que reconhece ciclos de testes e que os seus produtos já não poderão ser optimizados para situações de teste. As autoridades reguladoras intensificaram os esforços para reduzir a diferença entre os rótulos oficiais de emissão, baseados em testes de laboratório, e as emissões reais ao conduzir.