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Autoeuropa: Vanpro de fora de novo modelo da VW gera "incerteza" sobre futuro de 400 trabalhadores

A Vanpro, estabelecida desde o início da produção da Autoeuropa, em 1993, transmitiu, esta quinta-feira, essa informação aos funcionários, cuja vida fica assim "numa situação de incerteza quanto ao futuro a partir de 2026", alertam representantes dos trabalhadores.

07 de Setembro de 2023 às 22:44
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A Vanpro, que se dedica ao fabrico de bancos completos para o mercado automóvel, anunciou, esta quinta-feira, que vai ficar de fora do novo modelo de carro a ser produzido pela Volkswagen na fábrica de Palmela, gerando "incerteza" relativamente ao futuro dos cerca de 400 trabalhadores a partir de 2026.

A informação foi avançada pela Coordenadora das Comissões de Trabalhadores (CT) do parque industrial da Autoeuropa, num comunicado enviado às redações em que dá conta de que a Vanpro, estabelecida desde o início da produção da Autoeuropa, em 1993, transmitiu, esta quinta-feira, essa informação aos funcionários, cuja vida fica assim "numa situação de incerteza quanto ao futuro a partir de 2026".

"A política de redução de custos da Volkswagen tem feito as suas vítimas, esta não é a primeira vez que fornecedores ficam sem projetos atribuídos, contraria até a carta social da Volkswagen", denunciam os Organismos Representativos dos Trabalhadores (ORT), criticando ainda a atribuição de apoios públicos a "esta política agressiva e de concorrência desleal".

Os trabalhadores admitem mesmo "ações de luta": "a continuação de políticas de agressividade de redução de custos e, em alguns casos, de desprezo pelas suas organizações representativas, levará a que tenhamos de desenvolver contactos junto das várias ORT no sentido de definir ações de luta conjuntas".

A fábrica de automóveis da Volkswagen anunciou, na semana passada, que vai ser forçada a parar a produção por nove semanas, entre 11 de setembro e 12 de novembro, devido às dificuldades com que se deparou um fornecedor esloveno de peças "essenciais à construção de motores" que foi "severamente afetado" por fortes cheias, no início de agosto.

A paragem de produção da Autoeuropa levou a empresa a recorrer ao lay-off, medida que vai abranger perto de 4.000 dos seus quase 5.000 funcionários, que vão sofrer um corte salarial na ordem de 5% na sua remuneração mensal (incluindo salário base e subsídio de turno), segundo os termos do acordo alcançado, na terça-feira, com os trabalhadores.

O impacto da suspensão de atividade na maior fábrica de produção de veículos de Portugal não afeta apenas os seus trabalhadores, alastrando também a várias centenas de outros que se encontram ao serviço das empresas do parque industrial da Autoeuropa.

Segundo a Coordenadora das Comissões de Trabalhadores (CT) do parque industrial da Autoeuropa, "as consequências são para a quase totalidade das duas dezenas de empresas que operam naquele perímetro que, "de algum modo, deixam de ter rendimento - sejam 5%, 10% ou 33% dependendo do 'modelo' de lay-off aplicado".

Como avançou o Negócios, há pelo menos duas em que o corte será de 33%, mas os dados ainda estão longe de estar fechados, com várias empresas com negociações ainda em curso que se esperam fechadas esta sexta-feira.

"A aplicação lay-off não é de forma equitativa e seremos todos a suportar, de algum modo através da segurança social. A proteção social devia garantir todos os empregos nesta situação. Quando aos modelos de lay-off aplicado deixaremos que a própria autoridade para as condições de trabalho - ACT
seja vigilante", refere a organização.

A Coordenadora das CT do parque industrial da Autoeuropa assinala ainda que, à data de hoje, há, no entanto, uma "certeza" que é 200 trabalhadores precários vão ficar desempregados, como também o Negócios já tinha avançado, com base nos dados compilados num encontro realizado na quarta-feira que juntou seis comissões de trabalhadores e três sindicatos, em que se apurou que 100 trabalhadores temporários pertencentes a empresas do parque iriam ter o mesmo destino de aproximadamente outros tantos da Autoeuropa.

No entanto, ao contrário do que sucedeu na Autoeuropa, não havia, até ao momento, garantias de que esses irão regressar quando a produção for retomada mas, como assinalou então o coordenador da CT, Daniel Bernardino, "em princípio, vão ser necessários" quando tal acontecer.
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