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Saqué, vegan e canábis: como o vinho vai mudar em 2019

O que esperar do mercado do vinho em 2019? A Bloomberg dá algumas dicas.

DR
19 de Janeiro de 2019 às 14:00
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O mundo do vinho pode mudar mais rápido do que imagina. Sacudido por turbulências políticas, 2018 foi um ano assolado por guerras comerciais, pela contínua instabilidade do Brexit e por mais eventos climáticos caóticos provocados pelo aquecimento global. Tudo isto fez com que algumas regiões vinícolas tenham tido bons desempenhos e outras maus, enquanto os investidores tiravam a sorte grande: os vinhos finos superaram as ações e as obrigações, de acordo com a Liv-Ex.

 

Este ano também promete contrastes, surpresas e a continuação de algumas das tendências do ano passado. Se acha que não haverá novidades no mundo das bebidas cor-de-rosa, por exemplo, está enganado. A cerveja azeda rosé está prestes a virar moda, e a paixão pelo rosé conquistou até mesmo personalidades do desporto, como o base da equipa de estrelas do basquete Dwyane Wade. O seu projeto de vinhos com o vinicultor de Napa Jayson Pahlmeyer lançou o seu primeiro rosé a um preço elevado, 75 dólar.

 

A seguir, algumas das previsões de uma taça de cristal para 2019:

 

O que é velho e novo

 

O redescobrimento de vinhas antigas e abandonadas e a adoção de variedades esquecidas vão continuar a saciar a nossa sede voraz por sabores que vão além dos clássicos - e poderão revelar formas úteis de adaptação às mudanças climáticas.

 

As infusões de canábis vêm aí

 

Com a legalização da canábis na Califórnia, no Canadá e noutras regiões no ano passado, começarão a surgir misturas de vinho com esta erva. O banco canadiano de investimentos Canaccord Genuity sugeriu à Business Insider que as bebidas com infusão de canábis poderão tornar-se um mercado de 600 milhões de dólares nos EUA nos próximos quatro anos. A Constellation Brands já investiu em empresas de canábis.

 

A mudança climática vai levar vinhedos a fronteiras extremas

 

As regiões frias não vão continuar necessariamente a ser frias.

 

Algumas vinícolas, como a da famosa família Catena, na Argentina, acreditam que uma possível solução é o plantio de vinhedos em altitudes muito maiores. Outras estão a dirigir-se mais para o norte, à procura de climas mais marginais. Verá mais vinhos de ambos os lugares em 2019.

 

O vinho vegan vai ganhar importância

 

O foco na saúde e no bem-estar está a transformar o veganismo numa das tendências de consumo que mais cresce, e as vendas de alimentos de origem exclusivamente vegetal subiram 20% nos EUA em 2018, para 3,3 mil milhões de dólares.

 

À medida que o segmento deixa de ser marginal e se torna um nicho, mais vinhos vegans surgirão, com informações importantes no rótulo. Em 2018, a retalhista Majestic Wine, do Reino Unido, acrescentou símbolos veganos (e vegetarianos) às informações de todos os vinhos no seu site.

 

O saqué entra em cena

 

Quando o chef de cave da Dom Pérignon diz que o seu próximo projeto é produzir saqué no Japão, você sabe que há uma grande mudança a caminho. Richard Geoffroy, que passou 28 anos como enólogo da DP, reformou-se no final de 2018 e está a trabalhar numa joint venture com a fabricante de saqué Masuizumi que será lançada em setembro.

(Texto original: Sake, Vegans and Cannabis: Seven Ways Wine Will Change in 2019)

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