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Ministros da Agricultura de Portugal e Angola empenhados em reforçar cooperação no sector
Os ministros da Agricultura português e angolano definiram quinta-feira em Lisboa as prioridades para intensificar a cooperação bilateral no sector agrícola e pecuário, não só ao nível da produção, como da segurança alimentar e do investimento empresarial.
"Acabámos de ter a primeira reunião bilateral no âmbito da visita do ministro Marcos Nhunga a Portugal, durante a qual tivemos oportunidade de trocar impressões sobre a realidade dos dois países e, muito particularmente, sobre as prioridades para uma futura cooperação no domínio da agricultura", disse o ministro português, Luís Capoulas Santos, numa conferência de imprensa conjunta no final do encontro.
O governante português disse que, "obviamente, [será] uma cooperação beneficamente recíproca para os dois países, no momento em que Portugal e Angola procuram reforçar as suas relações políticas, que, sendo excelentes, queremos tornar ainda melhores".
Portugal tem "um conjunto de informação técnica e científica que queremos pôr à disposição de Angola para ajudar este país amigo a concretizar a sua estratégia de aumento da produção agrícola, melhorar os padrões de segurança alimentar e tirar proveito das enormes potencialidades que este país tem e que lhe auguram um futuro de grande prosperidade, tenho a certeza", disse Capoulas Santos.
Ao tomar a palavra, o ministro angolano reiterou a importância para Angola de uma cooperação mais estreita entre os dois países para ajudar a desenvolver e diversificar a agricultura angolana, considerando ser obrigação de qualquer ministro com essa pasta "produzir para criar alimentação para a população do país - que, no caso de Angola, é muito grande".
"Portugal detém um conhecimento sobre a agricultura angolana muito grande, Portugal tem uma experiência vasta no desenvolvimento da agricultura e nós achamos que os portugueses podem contribuir grandemente também para o desenvolvimento da agricultura angolana", observou.
Marcos Alexandre Nhunga sublinhou igualmente que os agricultores portugueses que queiram investir no sector em Angola "são bem-vindos". "Aproveitamos para sensibilizar os agricultores portugueses de que Angola é um país com as potencialidades que todos conhecem e julgo que os agricultores e pecuaristas portugueses são bem-vindos em Angola", frisou.
Para reforçar essa ideia, acrescentou que "há exemplos de sucesso de empresários portugueses na área da agricultura em Angola". "E queremos, através desta cooperação, incentivar ainda muito mais a presença portuguesa na área da agricultura - para além da cooperação institucional que se vai desenvolver, também queremos relançar a cooperação empresarial", precisou, acrescentando: "o executivo angolano tem uma estratégia traçada sobre isto, não obstante a situação não muito boa que a nossa economia vive, e essa estratégia de saída de crise está a permitir que os nossos empresários e aqueles que quiserem investir na agricultura possam ter os financiamentos de que necessitam para o desenvolvimento da sua atividade".
A visita oficial de três dias do governante angolano a Portugal prossegue na sexta-feira de manhã com a participação no II Fórum Agricultura Portugal/Angola, na Fundação Champalimaud, e à tarde com visitas à Sicasal e ao Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), seguindo-se, às 17:30, a sessão solene de assinatura dos protocolos de cooperação bilateral, na Quinta do Marquês, em Oeiras.