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Desmobilizado protesto em Valença após promessa de reunião com ministra

No local, durante a manhã, o movimento avisou que pretendia manter os bloqueios em Valença até serem ouvidas reivindicações com "mais de 20 anos".

Protesto dos agricultores provoca constrangimentos na circulação na IC32 devido a uma marcha lenta nas zonas de Alcochete, Montijo e Moita.
Rui Menderico
06 de Fevereiro de 2024 às 22:24
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O Movimento de Agricultores do Norte desmobilizou esta terça-feira o bloqueio em Valença devido à promessa "de uma reunião presencial, na zona Norte, com a ministra da Agricultura, na próxima semana", revelou à Lusa o porta-voz.

"Estamos a reunir para desmobilizar. Tivemos o contacto de uma secretária da ministra da Agricultura e a promessa de uma reunião presencial, na zona Norte, com a ministra, em data a acertar na próxima semana", disse à Lusa, às 20:00, Fábio Viana, do Movimento dos Agricultores do Norte, que hoje se mobilizou pela primeira vez para mostrar que as reivindicações e problemas do Norte são "diferentes" e "agravados" em relação ao resto do país.

Os agricultores decidiram, então, desbloquear o acesso do trânsito à rotunda de São Pedro da Torre da Estrada Nacional 13, cortada à circulação desde manhã, e onde chegaram a equacionar passar a noite, enquanto esperavam que "algum decisor político" os contactasse.

Também a circulação na A3, e no centro de Valença, esteve condicionada pelo protesto que envolveu cerca de 100 viaturas, entre viaturas ligeiras e 30 tratores.

No local, durante a manhã, o movimento avisou que pretendia manter os bloqueios em Valença até serem ouvidas reivindicações com "mais de 20 anos", específicas da região Norte, alertando para o risco de encerramento de 70% a 80% de explorações.

"Não vamos sair daqui até sermos ouvidos. Viemos como se vai para a guerra: viemos, mas não sabemos quando saímos. E vamo-nos fazer ouvir. Querem-nos sufocar, mas o nosso último grito vai ser muito alto", afirmou à Lusa Fábio Viana.

Fábio Viana alertou que "o Norte não é na África Central, embora esteja um bocadinho distante", vincando que o Governo tem conhecimento dos problemas dos agricultores da região mas apresentou ainda qualquer resposta.

"Sofremos os problemas que sofrem a nível nacional, mas são agravados", vincou.

No Caderno reivindicativo do movimento, a que a Lusa teve acesso, o movimento pede o "reajustamento da cadeia de valor com maior valorização da produção primária e rotulagem clara para o consumidor sobre preço pago ao produtor e margens da distribuição", a par da "valorização de produtos endógenos e de cadeias curtas de abastecimento".

Os agricultores do Norte pretendem, ainda, "estratégias claras de melhoria da atratividade da atividade agrícola e de renovação do capital humano", nomeadamente o "aumento do valor do prémio à primeira instalação para jovens agricultores".

Entre outras medidas, reclamam também o "bloqueio às importações de produtos alimentares extracomunitários que tenham sido produzidos em tipos de produção que não estejam sujeitos às mesmas normas de fitossanidade, proteção ambiental e de bem-estar animal da União Europeia".

O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de 'luz verde' de Bruxelas.

A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.



ACG // MSP

Lusa/fim
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