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CONFAGRI: "Não faltam alimentos, mas faltam tratores"
Confederação sinaliza que, apesar de não se anteciparem ruturas no abastecimento agroalimentar, há "outras situações emergentes". E alerta que escalada dos custos de produção pode mesmo semear abandono da atividade agrícola.
A falta de oferta de tratores no mercado devido à "rutura de ‘stocks’, a generalizar-se um pouco por toda a Europa", está "a gerar uma onda de insatisfação junto dos agricultores". O alerta foi dado pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFAGRI) que aponta que, apesar de os agricultores terem as candidaturas à renovação do parque de tratores aprovadas, têm "limitações de prazos a cumprir", razão pela qual apela a que sejam prorrogados.
"Numa altura em que não há forma de assegurar o aprovisionamento de novos tratores, seria indispensável aprovar o alargamento dos prazos deste concurso", defende a confederação, num comunicado enviado esta terça-feira às redações.
A nota chega um dia depois da primeira reunião do grupo criado pelo Governo para acompanhar eventuais perturbações nas cadeias de abastecimento de bens nos setores agroalimentar e do retalho, da qual a Confragi participou.
Apesar de atestar que, neste momento, "não se perspetivam ruturas no abastecimento agroalimentar", a Confagri adverte que "existem outras situações emergentes", designadamente no que diz respeito à distribuição, apontando que "o setor dos transportes está a ser fortemente condicionado, não só pela falta de mão-de-obra, mas também pelo agravamento do custo dos combustíveis, questão longe de estar resolvida".
Mas não só. "Os custos da energia, adubos, pesticidas, mão-de-obra e outros fatores de produção estão a esgotar a tesouraria dos agricultores, uma vez que não conseguem refletir nos preços finais os agravamentos de custos com que estão a ser confrontados", diz a Confagri, alertando mesmo para a possibilidade de o atual cenário "levar ao abandono da atividade agrícola".