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Centenas de agricultores contestam na Bulgária acordo entre Governo e setor

Os agricultores europeus, incluindo em Portugal, saíram à rua nas últimas semanas, exigindo a flexibilização da política agrícola comum e mais apoios para o setor. Na Bulgária, o novo acordo assinado pelo executivo e as associações agrícolas não foi suficiente para conter as manifestações.

Reuters
13 de Fevereiro de 2024 às 18:25
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Centenas de agricultores manifestaram-se hoje no centro de Sofia, bloqueando o trânsito, insatisfeitos com o acordo alcançado entre o Governo búlgaro e representantes do setor para compensar perdas devido à guerra na Ucrânia.

O novo protesto surge um dia depois de o Governo e as associações agrícolas terem anunciado a assinatura de um acordo sobre a questão, que aparentemente não satisfez todos os agricultores, noticiou a rádio pública BNR, citada pela agência de notícias EFE.

A assinatura do documento foi anunciada na segunda-feira à noite pelo primeiro-ministro, Nikolay Denkov, e por representantes da Câmara Agrícola Búlgara, da Associação Nacional de Produtores de Cereais e da Associação Nacional de Criadores de Ovinos e Caprinos.

Os agricultores, que se encontravam em protesto há vários dias, bloquearam as principais estradas do país balcânico com máquinas pesadas durante duas horas por dia.

Segundo o acordo alcançado, as explorações vão receber a chamada "ajuda ucraniana" de forma gradual e em duas fases, entre 2,5 e 10 euros por hectare, consoante a dimensão das explorações, com um máximo de 25.500 euros por empresa.

No entanto, os representantes de outros setores - como a produção de leite, carne, frutas e legumes - estão contra o acordo e reuniram-se hoje em frente à sede do governo, exigindo um subsídio muito mais elevado, de 100 euros por hectare, independentemente da dimensão das empresas.

Os manifestantes derramaram centenas de litros de leite e alguns tentaram forçar a entrada nas instalações do Governo, mas foram bloqueados pela polícia sem incidentes ou ferimentos.

Os manifestantes, que exigem também a demissão do ministro da Agricultura por "espalhar mentiras", acusaram o primeiro-ministro de se recusar a recebê-los. No entanto, o chefe do governo estava hoje fora da capital, numa visita a uma central elétrica.

"A demissão do ministro da Agricultura não é uma base de negociação. Chegámos ontem [segunda-feira] a uma solução razoável e foi por isso que assinámos o acordo. Se os agricultores tiverem exigências adicionais, que as formulem de forma adequada e depois reunir-nos-emos para as discutir", afirmou Denkov à rádio BNR.

O executivo búlgaro disse na semana passada que está em condições de pagar uma ajuda aos agricultores - a partir do orçamento do Estado - de até 75 milhões de euros.

Estão previstos mais protestos agrícolas para quarta-feira, em diferentes partes da Bulgária, o país mais pobre da União Europeia.

Os agricultores europeus, incluindo em Portugal, saíram à rua nas últimas semanas, cortando estradas com tratores e fardos de palha, exigindo a flexibilização da política agrícola comum e mais apoios para o setor, em ações que já levaram os governos a adotar novas medidas.
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