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Bridgepoint rejeita venda do negócio agroquímico em Portugal

O fundo de private equity desmente a hipótese de alienar a Sapec Agro, que comprou em 2016 por 456 milhões de euros, contrapondo que “a aposta é clara, tanto nos investimentos realizados como nos resultados alcançados”.

Rui Minderico
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 18 de Junho de 2019 às 20:15

A Bridgepoint recusa a intenção de vender a Sapec Agro Business no âmbito de uma reavaliação ao negócio de agroquímica em Portugal até ao final do ano. Esta terça-feira, 18 de junho, veio desmentir que uma das soluções seja a venda da companhia que comprou há três anos por 456 milhões de euros.

 

A notícia, avançada pela agência Bloomberg, dava conta de que a "private equity" está a explorar várias opções e que a venda dos ativos em Portugal é uma das possibilidades em cima da mesa. Sublinhava, porém, que nenhuma decisão tinha sido ainda tomada, podendo a Sapec continuar a ser detida pela Bridgepoint.

 

Num desmentido enviado ao Negócios, a Bridgepoint assegura que "a aposta efetiva no Agro Business é clara, tanto nos investimentos realizados como nos resultados alcançados", acrescentando que os negócios em causa não se limitam apenas à proteção de culturas, mas incluem também a nutrição vegetal e o biocontrolo.

 

Desde a compra, em 2016, "iniciou-se uma dinâmica de aquisições que imprimiu à empresa uma incontornável direção de crescimento - SDP, Idai Nature e Microquímica – e a criação de uma nova área de negócio, o biocontrolo, que reflete uma visão estratégica coerente com as tendências de mercado e a solidez da estrutura do grupo", lê-se na nota, que adianta até que "outros potenciais projetos de aquisição estão em curso, sendo espectáveis novas concretizações no curto prazo".

 

Outros potenciais projetos de aquisição estão em curso, sendo espectáveis novas concretizações no curto prazo. Comunicado conjunto da Bridgepoint e da Sapec Agro Business

 

Falando numa "dinâmica positiva" nos últimos anos, que se manifesta "desde logo em crescimentos substanciais do EBITDA, reflexo dos incrementos substanciais da faturação global nos últimos anos", as duas organizações dizem-se apostadas na "continuidade deste crescimento, refletido num plano estratégico que aposta na duplicação do negócio em quatro anos através do crescimento orgânico e não orgânico".

 

O outro negócio mete água

 

Foi em 2016 que a Sapec vendeu o negócio agrícola ao fundo de private equity europeu, pela soma de 456 milhões de euros. Quando foi vendida à Bridgepoint, a Sapec Agro era líder ibérica no fabrico, distribuição e venda de produtos agrícolas não patenteados, como herbicidas, fungicidas e inseticidas, bem como de nutrientes para culturas agrícolas.

 

Presente em cerca de 70 países, a Sapec Agro gerou receitas de 233 milhões de euros em 2017, menos do que o registado no ano em que foi vendida (237 milhões de euros), segundo os dados disponíveis.

 

A Sapec Agro não foi o único investimento da Bridgepoint em Portugal. No início deste ano chegou a acordo para comprar o Grupo Miya à Arison Investments, companhia israelita de Shari Arison, uma das mulheres mais ricas deste país.

 

Este negócio tem um relevante impacto em Portugal, uma vez que a Miya controla a Indaqua, uma das maiores companhias nacionais de abastecimento de água.

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