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Farinha Rodrigues: “Há dois tipos de governos: os que são contra o RSI e os que nunca o souberam defender”

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1 o economista e especialista em pobreza Carlos Farinha Rodrigues considera que o rendimento social de inserção deve aumentar, privilegiar as famílias alargadas com crianças e permitir a intervenção das autarquias.

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Carlos Farinha Rodrigues, economista e especialista em pobreza, fez parte do grupo que pensou o desenho do rendimento social de inserção (RSI). "Estava convencido que seria uma medida altamente consensual na sociedade portuguesa", por ser generosa e ter um peso muito baixo no orçamento da Segurança Social. "Neste aspeto enganei-me profundamente", constata.

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital, o professor do ISEG contraria as ideias feitas que estigmatizam os beneficiários da medida e olha para "o posicionamento dos vários governos ao longo dos anos".

"Eu diria que há dois tipos de governos". "Houve aqueles que, claramente, muitas vezes por motivos ideológicos, eram contra a medida, que não só não a melhoraram como reduziram a sua eficácia", os de direita; e "os governos que, considerando a medida necessária, nunca a souberam defender", ou seja, "os de esquerda, se quiser".

RSI deve privilegiar as famílias alargadas com filhos, onde a pobreza continuou a subir

Em 2019, ainda antes da pandemia, a taxa de pobreza recuou em termos globais um ponto percentual (de 17,2% para 16,2%), mas aumentou nove pontos entre as famílias com dois adultos e três crianças ou mais (de 30,2% para 39,8%).


No programa Conversa Capital, o economista que faz parte da comissão que vai entregar este ano ao Governo uma estratégia contra a pobreza, defende que o rendimento social de inserção (RSI) se deve aproximar progressivamente da linha de pobreza (da qual está bastante distante, 60% em média) e privilegiar, precisamente, as famílias alargadas com filhos. Há prestações dispersas que devem, por outro lado, ser integradas.

Admitindo que o trabalho comunitário possa fazer sentido para algumas famílias, mas apenas se esse trabalho for remunerado (o que reduz o RSI ou retira as famílias da prestação), o especialista em pobreza sublinha que a inserção nem sempre passa pela inclusão imediata no mercado de trabalho, sobretudo nos casos em que as famílias são particularmente desestruturadas.

O professor do ISEG questiona ainda se o RSI pode ser atribuído por outras instituições. "Porque é que as autarquias não têm um papel mais interveniente no RSI"?

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