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Aumento extra de 10 euros nas pensões baixas só chega em agosto
Proposta de orçamento confirma um novo aumento extra em 2022 para os pensionistas que menos ganham, mas só em agosto. Acima dos 878 euros, as pensões deverão perder poder de compra.
O Governo incluiu na proposta de Orçamento do Estado – que ainda será negociada – uma nova subida extraordinária que garante um aumento de 10 euros a quem tenha um conjunto de pensões cuja soma não ultrapasse os 658 euros (o equivalente a 1,5 Indexantes de Apoios Sociais, cerca de 664 euros no próximo ano).
No entanto, a proposta de orçamento submetida ao Parlamento prevê que o aumento só chegue em agosto (em vez de janeiro, como aconteceu este ano), o que na prática reduz o impacto orçamental da medida no próximo ano.
O aumento extra tinha já sido admitido ao Negócios pelo vice-presidente da bancada do PS, João Paulo Correia.
A ideia é complementar as atualizações previstas na lei, que após dois anos com crescimento abaixo de 2% só garante às pensões de até 2 IAS (cerca de 878 euros este ano e 886 euros no próximo) aumentos em linha com a inflação (sem ganhos nem perdas de poder de compra).
Como no final do ano a inflação que conta deverá ficar entre os 0,9% (segundo estima o Governo) e 1,1% (de acordo com os economistas contactados), uma pensão de 500 euros subiria no máximo 5,5 euros. Com esta norma, o aumento sobe para dez euros, mas apenas em agosto.
Tal como o Negócios explicou na semana passada, num cenário em que o crescimento é inferior a 2%, as pensões de valor superior a 2 IAS (878 euros, valor que deverá subir para 886 euros) perdem poder de compra, uma vez que a legislação determina uma atualização 0,5 pontos abaixo da inflação (entre os 2 IAS e o 6 IAS, ou seja 2.633 euros) e, no escalão seguinte (acima dos 6 IAS), de 0,75 pontos abaixo da inflação.
A proposta de Orçamento do Estado foi entregue esta terça-feira no Parlamento pelo Ministro das Finanças. Será debatida e eventualmente sujeita a alterações, sendo aprovada no final de novembro.