A notícia foi avançada este domingo mas a confirmação chegou apenas esta segunda-feira, 22 de Agosto. A Pfizer, escreve o Wall Street Journal, revelou esta segunda-feira que chegou a acordo para adquirir a Medivation por 81,50 dólares por acção, o que avalia a empresa em cerca de 14 mil milhões de dólares – 12,35 mil milhões de euros. O negócio deverá estar concluído até ao final do ano e está ainda sujeito ao aval das autoridades norte-americanas da concorrência.

Segundo a mesma fonte, o anúncio desta operação coloca um ponto final em meses de licitação pela Medivation, uma das empresas biotecnológicas independentes mais apetecíveis. A atractividade desta companhia reside no Xtandi, o medicamento desenvolvido pela biotecnológica para o cancro da próstata. Os analistas consultados por esta publicação indicaram que este remédio gera já cerca de 2 mil milhões de dólares em vendas anuais e tem potencial para mais do que duplicar este valor.  

Além do medicamento para o cancro da próstata, segundo a Bloomberg, a Medivation está também a trabalhar em dois produtos experimentais que vão assim passar para o domínio da Pfizer: um remédio para combater o cancro da mama e outro para tratamento dos linfomas.

O CEO da Pfizer, Ian Read, citado pela agência noticiosa, disse em Maio que estava interessado em comprar activos que estivessem em fase mais avançada uma vez que a empresa já estava a trabalhar em vários medicamentos na fase inicial.

Além disso, adianta a mesma agência, este acordo entre a Pfizer e a Medivation representa um golpe para outra farmacêutica: a Sanofi. As duas companhias estiveram durante vários meses a negociar uma potencial aquisição da Medivation.

Os medicamentos para combater as doenças cancerígenas, escreve o Wall Street Journal citando a EvaluatePharma, são um dos grandes focos da indústria farmacêutica. As vendas mundiais destes medicamentos atingiram perto de 80 mil milhões de dólares, registando crescimentos de mais de 10% ao ano.

A Medivation é uma das poucas empresas biotecnológicas independentes que disponibiliza tratamentos para o cancro aprovados pelas autoridades e com vendas. O jornal norte-americano revela que David Hung, CEO desta empresa, decidiu fundá-la após ter visto um paciente, de 28 anos, morrer com cancro da mama enquanto trabalhava em oncologia.