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Pediatras de Matosinhos denunciam "falta de recursos" na urgência metropolitana

Os pediatras do Hospital Pedro Hispano (HPH), concelho de Matosinhos, denunciaram "a manifesta falta de recursos" para a composição da equipa que integra a escala a que estão obrigados no âmbito da Urgência Pediátrica Integrada do Porto.

09 de Janeiro de 2018 às 19:40
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Em causa uma urgência metropolitana que é assegurada no Centro Hospitalar de São João (CHSJ), no Porto, por pediatras de vários hospitais do Grande Porto, nomeadamente do próprio CHSJ, Pedro Hispano e Centro Hospitalar e Universitário do Porto, unidade conhecida como Santo António.

 

Num abaixo-assinado hoje divulgado, mas que data de Dezembro, os pediatras do HPH falam em "manifesta falta de recursos" e apelam à direcção clínica da Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM) - que é quem administra o HPH - para que reúna melhores condições.

 

Já em declarações à agência Lusa, o secretário regional do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Silva, apontou que "os alertas têm sido feitos [e] não tem havido qualquer resposta" a uma situação que, disse, "põe em risco quer os doentes quer a responsabilidade profissional e a sobrecarga a que os profissionais estão sujeitos".

 

"As equipas de pediatras do HPH que asseguram a escala que lhes compete na urgência metropolitana são insuficientes em termos de recursos humanos, quer em termos quantitativos quer em termos qualitativos", referiu Jorge Silva.

 

O secretário regional do SIM - que salvaguardou que esta tomada de posição "nada tem a ver com os restantes hospitais", uma vez que "esses são responsáveis pelas suas equipas" - apontou que "tem de ser a ULSM de Matosinhos a assegurar o necessário para as suas escalas".

 

"O que está aqui em causa é a necessidade de contratação de mais pediatras em Matosinhos. A ULSM não assegura o número de pediatras, em termos quantitativos e qualitativos, necessário para a satisfação das necessidades, tal como são as orientações técnicas da Ordem dos Médicos", acrescentou Jorge Silva.

 

No que se refere a meios quantitativos, em causa está a recomendação de que estejam 13 pediatras na escala, sendo que o SIM aponta que "a maior parte das vezes estão apenas nove escalados".

 

Quanto à falta de meios "qualitativos", em causa está a proporção de internos do último ano de especialidade que, descreveu o responsável do sindicato, "deve ser de cinco, mas tem sido de dois, ficando os restantes lugares para internos mais novos". "São internos de especialidade mais novos, logo menos preparados", disse Jorge Silva.

 

No abaixo-assinado, os pediatras do HPH descrevem várias situações, concluindo que "não estão reunidas condições mínimas necessárias à adequada prestação de cuidados aos utentes da Urgência Pediátrica Integrada do Porto".

 

"Como tal, até à optimização destas [condições], refutamos a responsabilidade por eventuais erros ou omissões ocorridas durante a prestação [de cuidados]", lê-se no abaixo assinado.

 

Já em resposta escrita enviada à agência Lusa, a ULSM garantiu que "cumpre rigorosamente o que foi estabelecido pela Administração Regional de Saúde do Norte, desde a criação da Urgência Pediátrica do Porto, no que se refere ao número e caracterização dos médicos que prestam serviço na Urgência Pediátrica do Centro Hospitalar São João".

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