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Ordem apoia greve dos médicos e apela à manifestação

A greve de dois dias convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) está a colher adeptos. Depois da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiares, foi a vez da Ordem dos Médicos anunciar o seu apoio.

Correio da Manhã
01 de Julho de 2014 às 19:33
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Tal como há dois anos atrás, a Ordem dos Médicos (OM) voltará a apoiar a greve dos médicos, convocada para os dias 8 e 9 de Julho. A Ordem justifica a decisão com várias medidas que têm sido tomadas pelo Ministério da Saúde e que estão a "degradar" o Serviço Nacional de Saúde (SNS). A OM apela ainda "à participação dos doentes e de toda a população na concentração do dia 8 de Julho, às 15h30, em frente ao Ministério da Saúde". 

 

"O SNS, que até aqui servia todos os portugueses com qualidade, está a sofrer com as medidas de austeridade e a degradar-se muito mais do que outros sectores da governação, por mera opção política, pois este Governo impôs mais cortes à saúde e aos doentes do que aquilo a que foi forçado pela Troika", começa por escrever, em comunicado, o Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos.

 

As preocupações da Ordem são várias, entre elas, a portaria (82/2014), com a reclassificação hospitalar, "que o Ministério recusa revogar" e que "ilustra a maior destruição do SNS desde a sua fundação e será extraordinariamente prejudicial aos doentes, sobretudo os do interior". Em causa está a portaria que traça em grandes linhas as especialidades que terão de existir em cada unidade hospitalar.

 

Mas não é a única queixa apresentada pelos médicos. "O Ministro continua a degradar o SNS e a não dar um médico de família a todos os portugueses, porque dificulta o acesso dos doentes a medicação inovadora, porque não contrata os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e técnicos) essenciais ao bom funcionamento do SNS, porque não evita a emigração de especialistas médicos portugueses e contrata médicos estrangeiros pelo dobro do custo dos médicos residentes em Portugal, porque não publica a Lei do Acto Médico, que permitira o combate ao exercício ilegal da medicina, porque quer profissionais sem as devidas qualificações a praticar actos médicos, com prejuízo dos doentes, porque continua a querer filtrar a informação através de um Código de Ética enviesado, para esconder a verdade do SNS", entre outras.

 

Estas são também algumas das medidas contestadas pela FNAM, que convocou a greve da próxima semana. A estrutura sindical dos médicos exige ainda a "revogação da portaria nº 112/2014 ("Cuidados de Saúde Primários do Trabalho") que pretende obrigar os médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar e em Saúde Pública a exercer, em acumulação, competências que não são suas e que pertencem aos médicos especialistas em Medicina do Trabalho", entre outras reivindicações.

 

Há dois anos os médicos conseguiram provocar um forte impacto com uma greve também de dois dias, mas na altura avançaram os dois maiores sindicatos (FNAM e SIM) e a Ordem e acabaram por conseguir algumas das suas reivindicações.

 

Este ano o SIM não aderiu, mas a FNAM já conta com o apoio da Ordem e da Associação das Unidades de Saúde Familiares. Ainda este domingo, em entrevista ao "Público", o secretário de Estado adjunto da Saúde, Leal da Costa, dizia que a Ordem dos Médicos tem estado "mais preocupada  em fazer trabalho de natureza sindical" e "tem abandonado o papel ético-normativo que lhe compete". 

 

 

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