Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Marcelo prepara veto a fim das PPP na saúde

Marcelo Rebelo de Sousa entende que o espírito de uma lei de bases deve ser o de abrir possibilidades e não de as fechar.

Lusa
Negócios 19 de Abril de 2019 às 11:02
  • 4
  • ...

Marcelo Rebelo de Sousa considera "um absurdo" proibir as parcerias público-privadas (PPP) no saúde, pelo que se do Parlamento sair um diploma que as proíba liminarmente para futuro tem praticamente certo o veto presidencial.

 

A notícia é avançada pelo Expresso, que citado fonte próxima do Presidente da República diz que Marcelo Rebelo de Sousa entende que o espírito de uma lei de bases deve ser o de abrir possibilidades e não de as fechar, por forma a dar espaço para que sucessivos Governos de diferentes cores políticas tenham margem de manobra para decidir, sem que seja necessário estar sempre a mudar a lei.

 

"A atual lei de bases durou muitos anos porque permitiu que quem quisesse fazer PPP as fizesse e quem não quisesse não fizesse. É muito estranho querer tornar impossível para futuro que um Governo as faça e afunilar numa lei de bases uma proibição que, quanto muito, é da competência do Governo", afirmou ao Expresso fonte próxima do PR.

 

O Bloco de Esquerda anunciou esta quarta-feira ter chegado a acordo com o Governo sobre um conjunto de alterações à proposta governamental da Lei da Bases da Saúde, entre elas o fim das PPP.

 

Confrontado com este anúncio, o Governo fez um comunicado onde esclarece que o processo não está fechado, que prossegue no Parlamento e que "qualquer acordo nesta matéria será necessariamente estabelecido pelos partidos". Ou seja, para ser aprovada uma nova Lei da Bases é necessária uma maioria parlamentar que, tento em conta a intenção do Governo em negociar esta matéria à esquerda, exige os votos de PS, Bloco, PCP (e Verdes).

 

Ao Negócios, a deputada comunista Carla Cruz realça os "avanços" conseguidos nas negociações em curso mas afirma que estes ficam "aquém das propostas do PCP", em especial no que toca às taxas moderadoras e às PPP. Quanto ao anúncio feito pelo Bloco, a deputada frisa que o PCP não tem por hábito analisar os "comportamentos que outros adotam".

 

Citando o lançamento de um novo concurso público para gestão do Hospital de Braga, o Expresso refere que para o atual governo as PPP são para acabar nos próximos anos.

 

O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Óscar Gaspar, diz que o que motiva o anunciado fim das PPP na saúde "é uma decisão carregada de ideologia política". Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde, concorda: "Parece-me uma decisão mais baseada em pressupostos ideológicos do que na racionalidade dos factos."

 

Ver comentários
Saber mais Marcelo Rebelo de Sousa PPP Presidente da República Bloco de Esquerda Lei da Bases da Saúde
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio