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Despesa em saúde abrandou e voltou a crescer abaixo do PIB nominal em 2017

A despesa corrente em saúde terá aumentado 3%, em termos nominais, em 2017, um valor inferior ao do PIB, que cresceu 4,1%. Dados do INE indicam que a despesa corrente pública subiu mais do que a privada.

26 de Junho de 2018 às 11:38
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A despesa corrente em saúde terá atingido os 17.344,8 milhões de euros em 2017, o que representa um aumento de 3%, em termos nominais, um valor inferior ao do PIB, que cresceu 4,1%, de acordo com os números preliminares divulgados esta terça-feira, 26 de Junho, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados da "Conta Satélite da Saúde 2015-2017" revelam que "contrariamente ao que sucedeu em 2016, em que a despesa corrente em saúde cresceu mais do que o PIB (+1,2 pontos percentuais), em 2015 e 2017 a despesa corrente em saúde apresentou um crescimento inferior".

"Esta situação de crescimento da despesa corrente em saúde mais elevado que o do PIB verificado em 2016 não se observava desde 2009", salienta o organismo de estatísticas na nota publicada.

O INE revela ainda que a despesa corrente pública cresceu mais do que a despesa corrente privada neste triénio, "reforçando a sua importância relativa no financiamento do sistema de saúde português (66,2% em 2015, 66,4% em 2016 e 66,6% em 2017)".

Em 2015 e 2016, a despesa corrente em saúde já tinha subido 3,3% e 4,4%, respectivamente, reforçando o crescimento iniciado em 2014 (0,9%).

Os dados do INE indicam ainda que em 2016 a estrutura da despesa corrente por prestador "não registou alterações significativas", continuando a concentrar-se nos hospitais (públicos e privados), nos prestadores de cuidados de saúde em ambulatório (públicos e privados) e em farmácias.

"O conjunto dos prestadores públicos (hospitais, prestadores em ambulatório e serviços auxiliares) representou 39,3% da despesa corrente" em 2016, revela a Conta Satélite, salientando que os hospitais com Contrato de Parceria Público-Privada (PPP) representaram 20,3% da despesa corrente dos hospitais privados.

Em 2016, a despesa dos hospitais públicos e dos prestadores públicos de cuidados em saúde em ambulatório cresceu também mais do que nos prestadores privados.

Uma situação que resultou da conjugação do "aumento do consumo intermédio (em produtos farmacêuticos e em material de consumo clínico) e dos custos com o pessoal (determinados, entre outros motivos, pela extinção da redução remuneratória, contratações excepcionais e urgentes, alteração do regime contratual dos médicos)".

Nos prestadores privados, o INE destaca o acréscimo da despesa dos hospitais (+4,6%) devido "à abertura de novas unidades hospitalares e ao incremento da actividade".

Famílias recorreram mais aos privados

A Conta Satélite da Saúde revela ainda que as famílias, que subiu 4,5% em 2016,concentraram a sua despesa nos prestadores privados (40,8% em prestadores de cuidados de saúde em ambulatório e 14,3% em hospitais), em farmácias (24,0%) e em todas as outras vendas de bens médicos (10,3%).

O crescimento da despesa corrente das famílias reforçou assim o aumento registado nos dois anos anteriores (3,6% em 2014 e 3,4% em 2015). As estimativas para 2017 apontam para uma desaceleração já que deverão subir apenas 1,1%.

No conjunto dos 27 da União Europeia (UE) com resultados disponíveis para 2015, os dados do INE indicam que Portugal ocupava o 12.º lugar entre os Estados-membros com maior importância relativa da despesa corrente em saúde no PIB, ligeiramente acima da média da UE (8,4%).

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