Notícia
Consumo de álcool e tabaco aumentou do 1º para o 2º confinamento
A investigação aponta para o aumento do consumo de tabaco e de "comida de plástico" (12,8% ambos) entre o primeiro e o segundo confinamento. O consumo de álcool também teve um "aumento particular" (11,2%), sendo "sobretudo notório entre os homens, que aumentaram o consumo de bebidas alcoólicas em 22,6%.
22 de Abril de 2021 às 00:12
Um estudo da Universidade do Minho, revelado esta quinta-feira, concluiu que o consumo de álcool, tabaco e "comida de plástico" aumentou do primeiro para o segundo confinamento, sendo que o 'stress' e ansiedade tiveram "níveis semelhantes" no início de ambos.
As conclusões do estudo, liderado pelos investigadores da Escola de Medicina da Universidade do Minho (UMinho) Pedro Morgado e Maria Picó-Perez, a que a Lusa teve acesso, apontam que o consumo de "jogos de azar" e canábis registaram também aumento do confinamento iniciado em março de 2020 para o iniciado em janeiro de 2021.
A mesma investigação salienta a "adaptação" aos confinamentos consoante ele decorria, uma vez que, em ambos os níveis de stress, ansiedade e sintomas depressivos, que atingiram patamares idênticos em 2020 e 2021, foram "diminuindo ao longo do tempo".
"Este fenómeno replica a reação com adaptação que já se tinha observado no primeiro confinamento", concluíram os investigadores.
Quanto aos hábitos dos inquiridos, a investigação aponta para o aumento do consumo de tabaco e de "comida de plástico" (12,8% ambos) entre o primeiro e o segundo confinamento. O consumo de álcool também teve um "aumento particular" (11,2%), sendo "sobretudo notório entre os homens, que aumentaram o consumo de bebidas alcoólicas em 22,6%.
A ingestão de bebidas energéticas aumentou 6,3%, o consumo de jogos de fortuna e azar aumentou 2,3% e o consumo de canábis aumentou em 1% dos participantes.
Por outro lado, os sintomas obsessivos (medidos, por exemplo, pela lavagem excessiva das mãos), aponta o texto, "diminuíram sistematicamente desde o início da pandemia, apresentando em 2021 valores significativamente mais baixos do que os observados em março de 2020".
"Apesar de termos mais conhecimento acerca do vírus e de estarmos melhor preparados para as dificuldades do confinamento, também estamos mais cansados e vimos defraudada a expectativa de que 2021 seria muito melhor do que 2020", refere, em comunicado enviado à Lusa, Pedro Morgado.
Segundo o investigador "o ser humano tem uma extraordinária capacidade de adaptação e que, apesar das adversidades, os sintomas reduziram-se ao longo do confinamento".
A investigação salienta ainda que em fevereiro de 2021 mais de 20% da amostra tinha consultas de saúde mental em curso, pelo que Pedro Morgado salienta a importância das medidas de prevenção de comportamentos e monitorização dos comportamentos aditivos.
"São sempre mecanismos 'desadaptativos' de gestão do sofrimento", afirma.
O estudo agora dado a conhecer faz parte de um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Os dados foram recolhidos em março e abril de 2020 e em fevereiro e março de 2021, sendo que em 2020 a amostra era constituída por 2042 pessoas das quais 624 pessoas responderam também em 2021.
As conclusões do estudo, liderado pelos investigadores da Escola de Medicina da Universidade do Minho (UMinho) Pedro Morgado e Maria Picó-Perez, a que a Lusa teve acesso, apontam que o consumo de "jogos de azar" e canábis registaram também aumento do confinamento iniciado em março de 2020 para o iniciado em janeiro de 2021.
"Este fenómeno replica a reação com adaptação que já se tinha observado no primeiro confinamento", concluíram os investigadores.
Quanto aos hábitos dos inquiridos, a investigação aponta para o aumento do consumo de tabaco e de "comida de plástico" (12,8% ambos) entre o primeiro e o segundo confinamento. O consumo de álcool também teve um "aumento particular" (11,2%), sendo "sobretudo notório entre os homens, que aumentaram o consumo de bebidas alcoólicas em 22,6%.
A ingestão de bebidas energéticas aumentou 6,3%, o consumo de jogos de fortuna e azar aumentou 2,3% e o consumo de canábis aumentou em 1% dos participantes.
Por outro lado, os sintomas obsessivos (medidos, por exemplo, pela lavagem excessiva das mãos), aponta o texto, "diminuíram sistematicamente desde o início da pandemia, apresentando em 2021 valores significativamente mais baixos do que os observados em março de 2020".
"Apesar de termos mais conhecimento acerca do vírus e de estarmos melhor preparados para as dificuldades do confinamento, também estamos mais cansados e vimos defraudada a expectativa de que 2021 seria muito melhor do que 2020", refere, em comunicado enviado à Lusa, Pedro Morgado.
Segundo o investigador "o ser humano tem uma extraordinária capacidade de adaptação e que, apesar das adversidades, os sintomas reduziram-se ao longo do confinamento".
A investigação salienta ainda que em fevereiro de 2021 mais de 20% da amostra tinha consultas de saúde mental em curso, pelo que Pedro Morgado salienta a importância das medidas de prevenção de comportamentos e monitorização dos comportamentos aditivos.
"São sempre mecanismos 'desadaptativos' de gestão do sofrimento", afirma.
O estudo agora dado a conhecer faz parte de um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Os dados foram recolhidos em março e abril de 2020 e em fevereiro e março de 2021, sendo que em 2020 a amostra era constituída por 2042 pessoas das quais 624 pessoas responderam também em 2021.