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António Costa: “Os sonhos ou acabam quando acordamos ou se transformam em realidade”
O primeiro-ministro afirmou hoje que a nova ala pediátrica do Hospital de São João é prova de que, apesar da pandemia, é possível "fazer acontecer os sonhos", dizendo que a sua concretização motiva a resolução de outros problemas. E revelou que foi aprovada a candidatura para a criação de um heliporto neste centro hospitalar.
"O mais difícil, seguramente, foi fazer e garantir que os sonhos não morriam com a covid-19. O sonho de termos esta ala é um sonho que tem mais de 10 anos, houve muitas oportunidades de poder ser resolvida, mas a verdade é que foi preciso fazer acontecer esse sonho porque os sonhos ou acabam quando acordamos ou se transformam em realidade", afirmou António Costa, este sábado, 11 de dezembro, na inauguração da nova ala pediátrica do Hospital de São João.
O primeiro -ministro afirmou que a nova ala pediátrica do Hospital de São João é prova de que, apesar da pandemia, é possível "fazer acontecer os sonhos", dizendo que a sua concretização motiva a resolução de outros problemas.
A nova ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, para onde já foram transferidas 21 crianças, foi inaugurada hoje, depois de o serviço ter funcionado 10 anos em contentores "indignos" e de dois anos de obras.
Na inauguração na nova ala pediatria do Hospital de São João, o primeiro-ministro salientou que a aquele espaço é a prova de que foi possível "fazer acontecer esse sonho", apesar da pandemia da covid-19.
"Houve um Conselho de Administração que, seguramente, assoberbado com uma enorme pressão daquilo que foi o acréscimo de serviço que a pandemia impôs a todos os profissionais e instituições conseguiu encontrar uma vigésima quinta hora no seu dia para continuar a fazer esta obra andar", salientou.
Considerando a obra "exemplar", António Costa disse ser preciso sair da mesma com a confiança de que "nos momentos mais negros e difíceis, há sempre um caminho onde é possível desde que haja vontade para o fazer".
"Estamos aqui hoje porque não paramos, mas temos de sair daqui hoje com a convicção de que não podemos parar porque este problema foi resolvido, mas infelizmente há outros problemas que continuam a ter a necessidade de serem resolvidos", observou.
O primeiro-ministro disse também, a propósito da proposta de alteração aprovada ao Orçamento do Estado para 2019 para prever o ajuste direto para a construção da nova ala, ser preciso "refletir", considerando que a mesma foi "um bom caso prático".
"Desta vez, não houve contencioso, não houve providências cautelares a parar a obra. Foi mesmo um trabalho para engenheiros e operários civis e não para juristas e essa é uma lição muito importante que todos devemos reter", disse, lembrando ser preciso garantir aos cidadãos que os impostos que pagam são "geridos com transparência, rigor e produzem resultados".
"Um dos resultados dos impostos que pagaram estão aqui, nos 25 milhões de euros, que estão nesta ala pediátrica", acrescentou.
A empreitada da nova ala pediátrica do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), no Porto, arrancou em 01 de outubro de 2019 e para trás deixou 10 anos de um internamento pediátrico feito em contentores "indignos e desumanos".
O "Joãozinho" nasceu em 2009 e em 03 de março de 2015 foi lançada a primeira pedra da obra pelo então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
A empreitada, então com um prazo de construção de dois anos, estava orçada em cerca de 25 milhões de euros e seria financiada por fundos privados, angariados através da associação humanitária "Um Lugar Pró Joãozinho" que doaria a obra ao centro hospitalar.
A nova ala pediátrica, cuja empreitada ficou a cargo da empresa Casais - Engenharia e Construção, está integrada em cinco pisos do edifício principal do hospital e conta com 13 mil metros quadrados.
Com capacidade para 100 camas e 700 colaboradores, a ala tem blocos operatórios, unidades de cuidados intensivos neonatais e a primeira unidade de queimados pediátricos do país.
Somam-se também valências como a cardiologia pediátrica, cirurgia cardíaca e de intervenção, oncologia pediátrica, grande trauma e resposta a doentes neurocríticos.
O espaço conta ainda com uma área lúdica, a Sala de Brincar Ronald McDonald.
Em funcionamento desde o dia 16 de novembro, a nova ala pediatria do Hospital de São João recebeu já as primeiras 21 crianças e os seus familiares.
A primeira utente a dar entrada naquela estrutura, que de promessa antiga e sonho se tornou realidade, foi uma bebé de um mês.
Candidatura para construir heliporto no Hospital de São João foi aprovada
O primeiro-ministro revelou que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte) aprovou esta semana a candidatura para o financiamento da criação de um heliporto no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.
"Ainda esta semana a CCDR-N aprovou a candidatura para o financiamento de uma obra muito importante para este hospital e para toda a região norte que é a viabilização do heliporto que vai servir mais do que a população do Porto, toda a região", revelou António Costa, na inauguração da nova ala pediátrica daquele hospital.
O investimento na construção do heliporto faz parte do Plano de Atividades e Orçamento do Centro Hospitalar de S. João, que já foi aprovado pelos ministérios da Saúde e das Finanças. O primeiro-ministro disse ainda que o heliporto permitirá "assegurar o acesso urgente de todos os doentes da região" ao Hospital de São João e garantir cuidados diferenciados.
"Bom trabalho com o heliporto", desejou António Costa. Em julho, os municípios do Porto, Maia e Valongo assumiram o compromisso de apoiarem o Hospital de S. João na construção de um heliporto, mas instaram o Governo a resolver com "urgência" esta questão.
Numa visita à unidade de saúde, que é a referência hospitalar no norte do país, os autarcas Rui Moreira (Porto), José Manuel Ribeiro (Valongo) e António Silva Tiago (Maia) assinaram um ofício a vincar a importância estratégica do equipamento e apontaram uma solução de financiamento para a sua construção.
"O Hospital de S. João tem uma especial preponderância nestes três municípios e temos de persuadir o Governo, dentro dos fundos estruturais europeus existentes para a região, a financiar a obra. As nossas câmaras, se for caso disso, estão disponíveis para repartir entre si a percentagem da componente nacional", disse Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto.
O presidente da Câmara do Porto vincou que, "em comparação com os hospitais centrais de Lisboa e Coimbra, o S. João é o único que tem esta carência [do heliporto]", e considerou "ilógico" que, num caso de urgência, os doentes sejam transportados para o heliporto do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e depois reencaminhados de ambulância para o S. João.
Para resolver esta questão, a administração do Hospital S. João, com o apoio da ANAC - Autoridade Nacional da Aviação Civil, já desenvolveu um projeto para a construção do equipamento nas suas instalações, avaliado em 1,4 milhões de euros, que já foi alvo de um concurso público e tem um concorrente apto a concluir a empreitada em seis meses, logo que o financiamento seja atribuído.
"É um projeto emblemático não só para o hospital, como para a região. Esta é a unidade de referência para doentes críticos de todo o Norte, nomeadamente na vertente pediátrica e nos doentes queimados, mas temos problemas no acesso quando são doentes que precisam cuidados urgentes", explicou à época Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João.
O responsável lembrou que na construção da unidade, há 62 anos, havia um heliporto, mas que há cerca de 20 anos o equipamento foi interrompido por questões técnicas, algo que tem beliscado a eficácia do socorro prestado.
"Torna-se mais difícil e demorado. Há doentes em que o tempo é um fator limitativo no ponto de vista de recuperação. Este heliporto dará uma maior segurança e maior capacidade de intervenção na rede hospitalar", completou Fernando Araújo.
O presidente do Conselho de Administração do S. João, apontou, ainda, que o heliporto "permitirá rentabilizar todo o esforço feito na criação destes equipamentos em outras zonas do país, nomeadamente no interior, e também dinamizar a excelente frota que o INEM possui".