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Ano de 2020 com 12.200 óbitos em excesso. 6.972 foram consequência direta da covid-19
O boletim divulgado esta sexta-feira pelo INE revela que morreram 123.409 pessoas em 2020. Trata-se de um "excesso de mortalidade de 12.200 óbitos relativamente à media dos últimos cinco anos".
"Em 2020 registaram-se, em Portugal, 123.409 óbitos", revela o boletim do Instituto Nacional de Estatística (INE), salientando no entanto que se tratam ainda de dados preliminares. Em comparação com o ano de 2019, morreram mais 11.118 pessoas.
Por outro lado, se a comparação for feita tendo em conta a média dos últimos cinco anos, verifica-se um "excesso de mortalidade de 12.200 óbitos", o que corresponde a um aumento de 10,6%.
De acordo com o boletim epidemiológico da DGS do dia 1 de janeiro de 2021, até às 23h59 do dia 31 de dezembro de 2020, Portugal tinha registado 6.972 óbitos por causa da covid-19. Ou seja, do excesso de mortalidade, há mais de 5 mil mortes que não são explicadas diretamente pela covid-19.
Ainda assim, o próprio INE reconhece que há mortes que podem estar relacionadas com a pandemia, embora não sendo provocadas pela doença covid-19. O Instituto Nacional de Estatística alerta então que "o número de óbitos por covid-19 fornece uma medida parcial dos efeitos da pandemia na mortalidade".
Em relação à evolução do número de óbitos, o boletim observa que nas primeiras semanas de 2020 "foi, em geral, inferior aos valores médios observados no período de 2015-2019", mas que "em março, contrariamente às tendências passadas, a mortalidade começou a aumentar, atingindo um primeiro pico entre 30 de março e 5 de abril, para o qual contribuíram, em parte, os óbitos por covid-19".
Foi registado um segundo pico nas mortes em "meados de julho, apesar do reduzido contributo do número de óbitos por covid-19".
"Desde a última semana de setembro que a mortalidade tem, em geral, vindo a crescer e, à medida que nos aproximámos do final do ano e início de 2021, este aumento foi, cada vez mais, explicado pelo aumento dos óbitos por covid-19."
Ao todo, em 2020, morreram 61.441 homens e 61.968 mulheres. Tratam-se de aumentos de 10,1% e 11,9%, respetivamente, face à media dos cinco anos anteriores. Ou seja, houve "um excesso de mortalidade de 6.134 óbitos de homens e 7.362 de mulheres".
O INE observa também que na "última semana de 2020 e na primeira de 2021" registaram-se "mais 1.300 óbitos que a média" dos cinco anos anteriores.
(Notícia atualizada às 11h44)