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Adeus agulhas? Aveiro descobre pastilhas contra a gripe

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro descobriu na gema do ovo da galinha uma solução que quer revolucionar o combate à gripe. “Assim haja financiamento.”

A ideia de incorporar anticorpos da gema de ovo em pastilhas contra a gripe foi desenvolvida por três investigadores da Universidade de Aveiro.
02 de Abril de 2019 às 12:11
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Sem as contraindicações das vacinas, que todos os anos têm de ser reformuladas, e sem a agulha invasiva, na Universidade de Aveiro (UA) foi descoberta uma solução que quer revolucionar o combate à gripe.

Uma solução desenvolvida por uma equipa de investigadores da UA, cujo projeto foi um dos 12 finalistas selecionados para apresentação de um "pitch" no decorrer da V IMFAHE's International Conference 2019 - Innovation Camp, que decorreu em março na Universidade de La Laguna em Tenerife (Ilhas Canárias), tendo vencido mesmo o segundo prémio no concurso, arrecadando dois mil euros para trabalharem na proposta ao longo do próximo ano.

 

Vai ser mesmo possível substituir a vacina da gripe por partilhas efervescentes, como se propõe a ideia internacionalmente premiada? "Assim haja financiamento", desafia a UA, em comunicado.

 

À base de vitamina C e de uma mão cheia de minerais, o ingrediente secreto das super pastilhas está nos anticorpos retirados das gemas dos ovos das galinhas.

 

"Os anticorpos IgY – assim se chamam os ingredientes chave das pastilhas efervescentes - são produzidos exclusivamente por aves, estando concentrados nas gemas dos ovos." Proteínas que atuam no sistema imunológico como defensoras do organismo, sendo possível "manipulá-los de forma a torná-los armas eficazes no combate ao Influenza, o vírus causador da gripe", apontam os investigadores do Departamento de Química (DQ) da UA.

 

A ideia de incorporar os anticorpos IgY em pastilhas efervescentes foi desenvolvida por Marguerita Rosa, Emanuel Capela e Mariam Kholany, estudantes do doutoramento em Engenharia Química do DQ e do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro da UA.

 

"Espera-se que estes anticorpos não espoletem reações inflamatórias no sistema imunitário humano, diminuindo passivamente a carga viral da pessoa afetada", explicam os investigadores, que deixam uma garantia: "Uma pastilha por dia é o que desejamos alcançar para manter a proteção ao longo do tempo de maior incidência do vírus da gripe".

 

Segundo o mesmo comunicado da UE, "com a tecnologia e os conhecimentos científicos necessários para acabarem com o Influenza, os jovens investigadores querem criar um produto nutracêutico revolucionário e inovador" para combater o vírus da gripe.

 

"A nossa ideia passa por desenvolver pastilhas efervescentes contendo anticorpos da gema do ovo específicos para as proteínas membranares constantes do vírus, e suplementadas com vitamina C e outros minerais para reforçarem o sistema imunitário", explicam, afiançando que se trata de "um método passível de ser utilizado por toda a população e não apenas por doentes de risco, tendo a vantagem de ser não invasivo quando comparado com a vacinação tradicional".

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