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Marcelo não recebe cheque em branco, mas promete "solidariedade institucional total" no combate à pandemia

Num discurso em que o combate à pandemia é a primeira e principal missão, prometendo, nesse combate, "solidariedade institucional total com a Assembleia da República e com o Governo.

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24 de Janeiro de 2021 às 23:54
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No discurso de vitória, na Faculdade de Direito na Universidade de Lisboa, "casa" onde se licenciou e foi professor durante anos, Marcelo Rebelo de Sousa começou o discurso lembrando as vítimas da pandemia de covid-19, e tendo já dito que era o principal responsável no combate à pandemia, diz agora que a renovação do mandato tem várias leituras. Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito para um segundo mandato com uma vantagem expressiva de mais de 60%.

"Deixem-se dizer de coração aberto como me sinto profundamente honrado e agradecido por essa confiança em condições muito mais difíceis que em 2016", declarou Marcelo, dizendo que a confiança renovada é tudo menos um cheque em branco".

E foi mais longe, reafirmando várias vezes que é o presidente de todos os portugueses. "Tem de continuar a ser um presidente de todos os portugueses, que una e não seja de uns, dos bons, contra outros dos maus, não seja de fação, respeite pluralismo e diferença e nunca desista da justiça social". Já o tinha dito que o "presidente é um só e só um e representa todo o Portugal". 

Nunca se referindo diretamente a qualquer candidato, André Ventura chegou a apelidar-se como futuro presidente dos portugueses de bem.

Mas, para Marcelo Rebelo de Sousa, "a eleição de hoje proporcionou inequívocas respostas acerca do nosso futuro imediato". A primeira, e mais direta, disse foi "dada quanto à escolha feita renovação na confiança do Presidente em funções e a sua substituição por outra ou outro candidato, com diversos perfis e visões de Portugal". E os portugueses, disse, julgou renovar a confiança", da mais alta figura nacional e da gestão da pandemia.

Uma palavra para abstenção "elevada", mas "com significativa subida de voto absoluto", o que, para Marcelo, encerra duas mensagens "muito claras".

Uma é que será mais exigente. "Ter noção que os portugueses ao renovarem o seu voto querem mais e melhor, em proximidade, em convergência, em estabilidade, em construção de pontes, exigência e justiça social, e gestão da pandemia. Entendi esse sinal e dele retirarei as devidas ilações". Rui Rio, momentos antes, tinha pedido a Marcelo que seja "um bocadinho mais exigente com o Governo", até porque o presidente do PSD considera que, na gestão da pandemia, aquilo que tem havido é um "desgoverno".

A segunda mensagem tem a ver com o processo eleitoral, tendo Marcelo Rebelo de Sousa retirado destas eleições a necessidade de mudança nas modalidades de voto já antes das próximas eleições, ultrapassando "objeções do voto postal ou do voto de correspondência, que tanto penalizaram eleitores, nomeadamente compatriotas". "Insistirei para que seja acolhido". 

Há ainda outra resposta que voto dos portugueses deu, sobre o que não querem e não querem para Portugal nos próximos cinco anos. "Não querem pandemia infindável, crise económico, recuo em comparação com outras sociedades, sistema político lento a perceber a mudança, radicalismo". E querem pandemia dominada rapidamente, recuperação emprego, crescimento, investimento e mercado interno, perspetiva de futuro efetivo. E querem, salientou, fundos europeus bem geridos e uma reconstrução que vá além de uma mera recuperação.

Marcelo foi mais longe. "Querem sistema político estável, com governação forte, sustentada e credível" e querem, disse, "alternativa forte, para que a sensação de vazio não convide a desesperos e aventuras, querem que a democracia constitucional responda às angústias e que respeite a Constituição, democrática e não liberal ou seja não democrática, querem, ao fim e ao cabo, sair deste quase ano de vida congelada para horizonte de esperança".

Mais justos e solidários do que no início da caminhada. Refazer deslaços desfeitos pela pandemia. "Fazer esquecer xenofobias, exclusões, medos instalados, recuperar e valorizar as inclusões, partilhas, afetos", salientou o presidente apelidado dos afetos.

Mas Marcelo termina como começa. Lembra a pandemia. "A maior homenagem que podemos prestar aos mortos é cuidar dos vivos e com eles recriar Portugal", mas se assim é a principal resposta desta eleição "é uma e uma só. Tudo começa no combate à pandemia". Sendo tudo urgente numa sociedade em crise, o mais urgente do urgente chama-se agora combate à pandemia, temos de fazer tudo, mesmo tudo, para travar e depois inverter processo".

Continua a ser "minha primeira missão", isto num presidente que lembra estar no grupo de risco. O que lê como sendo um simbolismo de "que estamos todos unidos, simbolizando a unidade comum".

Mas promete "solidariedade institucional total com a Assembleia da República e com o Governo, tentando envolver maior número de partidos e parceiros económicos e sociais numa desejável conjugação coletiva. É essa, continua a ser essa, também a vossa, a nossa primeira missão, conter primeiro, abreviar depois a pandemia".

E conclui: "Acima de uns e de outros, sem separar uns e outros viva Portugal, viva Portugal, viva sempre Portugal", as mesmas palavras de há cinco anos.

(notícia atualizada com mais declarações)
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