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Henrique Neto: Um candidato à conquista das elites

Unir os partidos em volta de uma estratégia para o desenvolvimento do país e combater os "interesses organizados". São algumas das ideias com que Henrique Neto quer vencer as presidenciais de 2016.

Miguel Baltazar/Negócios
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Henrique Neto conta que o abordam na rua. Que há quem lhe diga que não votou nas presidenciais de há cinco anos, mas está disposto a votar nele. Mas lamenta que "não tenha o mesmo sucesso junto das elites". Para o contrariar, o candidato às eleições de 2016 argumenta com a sua longa experiência empresarial e um pensamento estruturado sobre os desafios do país. Admite, no entanto, que não tem nem a máquina, nem o dinheiro dos candidatos apoiados pelos partidos.

 

Aos 79 anos, o empresário e membro do Partido Socialista, espera não ser atacado pela idade, a mesma do papa Francisco, cujo trabalho e energia elogiou num encontro com jornalistas esta segunda-feira, em Lisboa. Espera que o confrontem com as suas ideias, algumas já dadas a conhecer aos partidos.

 

"O grande défice da política portuguesa é a falta de estratégia", afirma Henrique Neto, para quem o país está a "navegar à vista desde a entrada no euro". Para o resolver, defende que os partidos se unam em torno de um grande objectivo, assumido como "desígnio nacional", no sentido de se construir e consensualizar uma estratégia de desenvolvimento, assegurando que se concentram esforços nas prioridades nacionais durante o tempo necessário para que a economia ganhe velocidade.

 

Esta é a primeira condição para relançar o país. A outra é aumentar o peso das exportações no PIB para 60% no prazo de cinco anos, através da definição de políticas sectoriais em conjunto com os empresários. "Uma economia da dimensão de Portugal não pode sobreviver se exportar apenas 40% do PIB", considera.

 

O empresário do sector dos moldes defende uma reforma do sistema eleitoral, com a adopção do voto uninominal. Diz que é preciso dar mais recursos à justiça, sobretudo nesta fase. E crítica os "interesses organizados", entre classe política e

"Se for Presidente os custos e objectivos dos grandes investimentos terão de ser explicados ao País"

 

Henrique Neto

Candidato às eleições presidenciais de 2016

empresários, com o lançamento de projectos que serviram para "dar encomendas" às empresas. E cita: "Há mil postos de carregamento para apenas 300 carros eléctricos", "auto-estradas onde não anda quase ninguém", as PPP ou o computador Magalhães.

 

Contra porto do Barreiro

 

Na mira do candidato esteve o novo porto de contentores do Barreiro, anunciado em Fevereiro pelo Governo, que "não serve para nada", afirmou, ao mesmo tempo que defendeu o investimento em Sines. Henrique Neto diz que "se for Presidente os custos e objectivos dos grandes investimentos terão de ser explicados ao País".

 

"Gostaria de ser o candidato dos sectores da sociedade portuguesa que estão descontentes com o que se passou nos últimos 20 anos, que têm ideias para o país", diz. Mas o que diferencia o empresário que, tal como Sampaio da Nóvoa, se posiciona como candidato apartidário? "Porque sei daquilo que falo. Já vivi aquilo de que falo, nacional e internacionalmente. Tenho saber para o cargo, acumulado ao longo de anos", assevera Henrique Neto. "Se os portugueses conhecerem isso e avaliarem, acredito que possa ganhar as eleições".

 
Cinco ideias de Henrique Neto

Henrique Neto diz que não pretende ser uma força de bloqueio ou pôr em causa a estabilidade política. Pede um compromisso entre os partidos com uma estratégia de desenvolvimento do País a longo prazo.

 

Unir os partidos numa estratégia para o país

Henrique Neto diz que é necessário construir e consensualizar uma estratégia de desenvolvimento para o País, assegurando que se concentrem esforços nas prioridades nacionais durante o tempo necessário para que a economia ganhe velocidade.

 

Aumentar o peso das exportações

Outra das prioridades é definir políticas sectoriais, em debate com empresários, que promovam o investimento privado, nacional e estrangeiro, com vista ao aumento das exportações para, pelo menos, 60% do PIB em cinco anos. Como o peso actual, de 40%, economia não é sustentável.

 

Combater interesses instalados

Segundo o empresário há "demasiados compromissos entre política e negócios". Compete ao Presidente da República exigir que os grandes investimentos sejam explicados aos portugueses.

 

Reforma eleitoral com voto nominal

O empresário defende o voto nominal, em que os eleitores votam num deputado e não em listas. Mas também a incompatibilidade entre o exercício simultâneo da actividade política e a gestão ou defesa de interesses económicos.

 

Mais recursos para a Justiça

"Não percebo como é que todos os partidos não estão a dizer que a justiça precisa de mais recursos nesta fase. Os portugueses têm de acreditar que a justiça está a ser feita no sítio certo e não na rua", realça Henrique Neto.

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