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PS domina europeias com quatro vitórias em sete eleições desde 1987
Depois da adesão de Portugal à então CEE, foram realizadas sete eleições para o Parlamento Europeu e o PS conseguiu quatro vitórias. Os sociais-democratas venceram as restantes três. Recorde todos os resultados.
Logo no ano seguinte a aderir à na altura denominada CEE (Comunidade Económica Europeia), Portugal realizou, em 1987, as primeiras eleições para o Parlamento Europeu. Apesar de o PSD ter vencido as duas primeiras europeias, o PS iniciou depois um claro domínio neste tipo de eleição, vencendo quatro das sete realizadas.
Autointitulado de partido português mais europeísta, nas primeiras europeias o PS não beneficiou do facto de ter sido o respetivo fundador Mário Soares quem, como primeiro-ministro, pediu e firmou a adesão à atual União Europeia, primeiro em 1977 e depois já em 1985.
Nessa primeira eleição foi o PSD a ganhar com 37,5% (elegendo 10 eurodeputados), bem acima dos 22,5% obtidos pelo PS, naquela que foi a vitória mais folgada em europeias. Pedro Santana Lopes liderava a candidatura social-democrata e derrotou a lista socialista encabeçada por Maria de Lourdes Pintassilgo.
O CDS ficou à frente da CDU e o PRD (partido patrocinado pelo ex-Presidente Ramalho Eanes) elegeu um eurodeputado.
Dois anos depois, em 1989, têm lugar as segundas europeias, tendo a vitória voltado a pender para o PSD que, na altura, governava já em maioria absoluta. Os sociais-democratas conseguiram 32,8% e os socialistas 28,5%. Dessa feita, CDS e CDU inverteram posições, com a coligação eleitoral entre comunistas e ecologistas a superiorizar-se por apenas duas décimas.
Cinco anos depois decorreram as eleições para o PE com resultado mais renhido: o PS obtém a primeira vitória com 34,9% face aos 34,4% alcançados pelo PSD. Aproximava-se o fim da era "cavaquista" pois, em 1995, o PS de António Guterres chegaria ao Governo.
Em 1999 e com Mário Soares como cabeça de lista, o PS volta a vencer (43%), deixando bem atrás a lista social-democrata encabeçada por Pacheco Pereira (31,1%). É a primeira eleição disputada pelo Bloco de Esquerda, que não conseguiu garantir representação em Estrasburgo.
Volvidos cinco anos o PS voltou a ganhar as europeias, ficando muito perto da maioria absoluta dos votos (44,5%) numa eleição que ficou marcada pela morte em plena campanha eleitoral do cabeça de lista socialista Sousa Franco.
O PSD que governava em coligação com o CDS concorreu coligado com os centristas e não foi além dos 33,3%. Um mês depois da eleição realizada em junho, Durão Barroso abandona o cargo de primeiro-ministro para assumir a presidência da Comissão Europeia.
O Bloco elege um eurodeputado e estreia-se no PE.
Em 2009, o PSD consegue a terceira e até agora última vitória nas europeias (31,7%) com uma candidatura protagonizada pelo ainda eurodeputado e recandidato Paulo Rangel. O PS, ainda liderado pelo então primeiro-ministro José Sócrates, regista o pior resultado (26,5%) em eleições para o PE. Nota ainda para o Bloco que ao atingir 10,73% dos votos elegeu três eurodeputados.
Nas últimas europeias os socialistas regressaram às vitórias com 31,5%, assegurando uma vantagem inferior a quatro pontos percentuais em relação à candidatura conjunta de PSD e CDS (27,7%).
Sociais-democratas e centristas governavam em coligação e Portugal estava prestes a terminar o programa de assistência económica e financeira concedido pela troika. Nas duas em que concorreram coligados com o CDS ficaram sempre em segundo.
Porém, a grande surpresa nas últimas europeias foi o resultado alcançado pelo MPT, que elegeu dois eurodeputados.