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Partidos expõem condições para convergências com PS ou PSD em debate a nove
Na primeira parte de um debate transmitido pela RTP em direto a partir do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com representantes das nove forças políticas que elegeram deputados nas anteriores legislativas, PS insistiu no apelo a uma maioria absoluta, enquanto o PSD procurou bipolarizar as eleições de 30 de janeiro.
17 de Janeiro de 2022 às 23:54
Os partidos à esquerda do PS e à direita do PSD expuseram hoje as suas condições para convergências com as duas maiores forças políticas, num debate a nove, com BE, CDU e Livre a defenderem modelos e prioridades diferentes.
Na primeira parte de um debate transmitido pela RTP em direto a partir do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com representantes das nove forças políticas que elegeram deputados nas anteriores legislativas, PS insistiu no apelo a uma maioria absoluta, enquanto o PSD procurou bipolarizar as eleições de 30 de janeiro.
"Teoricamente qualquer um pode ser primeiro-ministro ou qualquer uma, mas na prática não é assim. Portanto, a grande decisão que se vai tomar no dia 30 de janeiro é se o primeiro-ministro é indicado pelo PS e é o doutor António Costa ou se é indicado pelo PSD e sou eu", afirmou Rui Rio.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, contestou esta ideia: "Aqui não há uma escolha de primeiro-ministro, aqui vota-se para um parlamento e a maioria determinará o que é que existe no dia seguinte".
Em caso de haver uma maioria à esquerda, Catarina Martins sustentou a seguir às legislativas não se irá discutir um Orçamento do Estado para 2022, mas sim "um contrato de governo para Portugal que resolva as questões fundamentais". Sobre o Orçamento rejeitado em outubro passado, a coordenadora do BE observou: "Seguramente que o próprio PS quererá fazer um melhor trabalho".
Em representação da CDU, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, contrapôs que "a estabilidade de qualquer Governo não depende dos acordos e dos papéis que são assinados, depende da política que é executada" e manifestou disponibilidade "para convergir com todos aqueles que queiram convergir".
O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, reivindicou ter dado a cara pela "continuação da geringonça" nas eleições legislativas de 2019 e acusou uma vez mais o BE de ter rompido com esta solução no Orçamento do Estado para 2021.
Respondendo ao PCP, António Costa argumentou que "se o problema é as políticas para resolver problemas, não era isso que faltava no Orçamento do Estado" para 2022, que nem sequer passou à fase de especialidade, considerando que "aquilo que faltou mesmo foi vontade política".
O cabeça do lista do Livre por Lisboa, Rui Tavares, voltou a defender "uma ecogeringonça" que seja "o mais ampla possível" e, ao contrário do BE, apontou como prioridade "procurar viabilizar um Orçamento" para 2022. "Não temos o luxo do tempo. É preciso viabilizar um Orçamento para criar espaço negocial e um Programa de Governo", disse.
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, mostrou-se disponível para "construir uma solução alternativa à esquerda" mesmo que o PSD não vença as eleições, se os partidos à direita forem maioritários no parlamento: "Inaugurou-se uma nova praxe parlamentar, e temos de dar mérito ao doutor António Costa, como de resto aconteceu com os Açores".
Advertindo para eventuais entendimentos entre PS e PSD, Rodrigues dos Santos pediu o voto no CDS-PP "contra o bloco central de interesses".
André Ventura, presidente e deputado único do Chega, repetiu que exigirá presença no Governo se o seu partido "tiver votação expressiva, acima dos 7%".
O presidente e deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, afirmou abertura para discutir com o PSD "uma alternativa de Governo", com "ímpeto reformista", mas sem certezas sobre o resultado: "Não sei se vai ser fácil ou não vai ser fácil".
João Cotrim de Figueiredo acusou várias vezes António Costa de não esclarecer o que fará em matéria de alianças para a governação e associou-o ao antigo primeiro-ministro José Sócrates, assinalando que o atual secretário-geral do PS coordenou uma moção do seu antecessor em 2011, que tinha como lema a estabilidade, pouco antes do pedido de assistência financeira externa de Portugal.
A porta-voz do PAN foi desafiada a assumir que está politicamente mais próxima do PS do que do PSD. Na resposta, Inês de Sousa Real alegou que sociais-democratas e socialistas é que "mais têm convergido na sua votação" na Assembleia da República e apontou o seu partido como "útil à democracia, responsável" e disposto a viabilizar soluções de governo que não façam "retrocessos civilizacionais" em matérias como a proteção dos animais e os direitos humanos.
Na primeira parte de um debate transmitido pela RTP em direto a partir do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com representantes das nove forças políticas que elegeram deputados nas anteriores legislativas, PS insistiu no apelo a uma maioria absoluta, enquanto o PSD procurou bipolarizar as eleições de 30 de janeiro.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, contestou esta ideia: "Aqui não há uma escolha de primeiro-ministro, aqui vota-se para um parlamento e a maioria determinará o que é que existe no dia seguinte".
Em caso de haver uma maioria à esquerda, Catarina Martins sustentou a seguir às legislativas não se irá discutir um Orçamento do Estado para 2022, mas sim "um contrato de governo para Portugal que resolva as questões fundamentais". Sobre o Orçamento rejeitado em outubro passado, a coordenadora do BE observou: "Seguramente que o próprio PS quererá fazer um melhor trabalho".
Em representação da CDU, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, contrapôs que "a estabilidade de qualquer Governo não depende dos acordos e dos papéis que são assinados, depende da política que é executada" e manifestou disponibilidade "para convergir com todos aqueles que queiram convergir".
O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, reivindicou ter dado a cara pela "continuação da geringonça" nas eleições legislativas de 2019 e acusou uma vez mais o BE de ter rompido com esta solução no Orçamento do Estado para 2021.
Respondendo ao PCP, António Costa argumentou que "se o problema é as políticas para resolver problemas, não era isso que faltava no Orçamento do Estado" para 2022, que nem sequer passou à fase de especialidade, considerando que "aquilo que faltou mesmo foi vontade política".
O cabeça do lista do Livre por Lisboa, Rui Tavares, voltou a defender "uma ecogeringonça" que seja "o mais ampla possível" e, ao contrário do BE, apontou como prioridade "procurar viabilizar um Orçamento" para 2022. "Não temos o luxo do tempo. É preciso viabilizar um Orçamento para criar espaço negocial e um Programa de Governo", disse.
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, mostrou-se disponível para "construir uma solução alternativa à esquerda" mesmo que o PSD não vença as eleições, se os partidos à direita forem maioritários no parlamento: "Inaugurou-se uma nova praxe parlamentar, e temos de dar mérito ao doutor António Costa, como de resto aconteceu com os Açores".
Advertindo para eventuais entendimentos entre PS e PSD, Rodrigues dos Santos pediu o voto no CDS-PP "contra o bloco central de interesses".
André Ventura, presidente e deputado único do Chega, repetiu que exigirá presença no Governo se o seu partido "tiver votação expressiva, acima dos 7%".
O presidente e deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, afirmou abertura para discutir com o PSD "uma alternativa de Governo", com "ímpeto reformista", mas sem certezas sobre o resultado: "Não sei se vai ser fácil ou não vai ser fácil".
João Cotrim de Figueiredo acusou várias vezes António Costa de não esclarecer o que fará em matéria de alianças para a governação e associou-o ao antigo primeiro-ministro José Sócrates, assinalando que o atual secretário-geral do PS coordenou uma moção do seu antecessor em 2011, que tinha como lema a estabilidade, pouco antes do pedido de assistência financeira externa de Portugal.
A porta-voz do PAN foi desafiada a assumir que está politicamente mais próxima do PS do que do PSD. Na resposta, Inês de Sousa Real alegou que sociais-democratas e socialistas é que "mais têm convergido na sua votação" na Assembleia da República e apontou o seu partido como "útil à democracia, responsável" e disposto a viabilizar soluções de governo que não façam "retrocessos civilizacionais" em matérias como a proteção dos animais e os direitos humanos.