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Turquia quer vedar Facebook e YouTube no país

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou esta sexta-feira que o seu governo poderá proibir a rede social e a página de vídeos após as eleições locais de 30 de Março.

Turquia - Turcos protestaram durante vários dias contra políticas do presidente Erdogan
Reuters
07 de Março de 2014 às 15:52
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Em entrevista ao canal televisivo ATV, Erdogan, que tem sido bastante criticado nas redes sociais, indicou que poderá proibir o acesso, no país, ao Facebook e ao YouTube.

 

Recorde-se que a legislação recém-aprovada sobre Internet confere ao Executivo turco a possibilidade de bloquear páginas web sem ter de pedir autorização judicial prévia. “Houve grupos conhecidos que se rebelaram de imediato contra esta lei sobre a Internet. Mas estamos decididos, não vamos deixar o povo turco à mercê do YouTube e do Facebook”, declarou Erdogan, citado pelo “El País”.

 

“Daremos todos os passos necessários, incluindo o bloqueio [de ambos os serviços], dado que essas pessoas incitam à imoralidade e espionagem”, acrescentou o primeiro-ministro na entrevista à ATV.

 

Estas declarações surgem logo após terem sido difundidas no YouTube várias gravações em que uma voz, atribuída ao primeiro-ministro turco, dá conselhos ao seu filho sobre como esconder avultadas quantias de dinheiro ilegal antes de uma operação policial, lembra o “Expansión”. Outras gravações do mesmo género enredam o primeiro-ministro turco em situações de corrupção e abuso de poder. Apesar de a autenticidade destas gravações não ter sido verificada, Erdogan admitiu a veracidade de algumas delas.

 

Estas gravações provocaram protestos em várias cidades do país, tendo tornado as eleições municipais de 30 de Março num plebiscito para Erdogan, que continua a afirmar que tudo isto é um “complô” contra o seu governo, refere o mesmo jornal espanhol.

 

Há quase um ano, Recep Tayyip Erdogan esteve também sob fogo cerrado. Tudo começou numa quarta-feira, 29 de Maio, quando uma multidão de turcos acampou no parque Gezi, adjacente à Praça Taksim, para evitar que no dia seguinte fossem abatidas as 600 árvores centenárias para ser construído um centro comercial.

 

Na quinta-feira de manhã, apenas algumas árvores caíram. Os bulldozers viam-se impedidos de levar a cabo a operação, dada a concentração de cerca de 10.000 pessoas junto às árvores. A polícia actuou. Canhões de água, gás lacrimogéneo e gás pimenta. Mas a repressão teve o efeito contrário ao desejado pelo governo de Erdogan. Indignadas, cada vez mais pessoas se juntaram, dia após dia, naquele local e noutros pontos de Istambul, bem como noutras cidades turcas, como Ancara (a capital) e Izmir. Ao fim de muitos dias de luta, o governo cedeu, mas os ânimos não chegaram a arrefecer por completo. E agora estão de novo ao rubro.

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