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Ribeiro e Castro: "Que o CDS descanse em paz"

José Ribeiro e Castro acusa o CDS de ser um partido morto. Entre acusações de falta de transparência no partido e de Paulo Portas tomar todas as decisões, o deputado do CDS deseja descanso eterno ao partido.

Jorge Paula/Correio da Manhã
11 de Agosto de 2015 às 19:26
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Na apresentação da coligação do PSD e CDS, Portugal à Frente, Passos Coelho e Paulo Portas têm repetido uma mensagem de união entre os dois partidos. Mas nem todos concordam com a definição de união política que os dirigentes da coligação Portugal à Frente alegam. E as dúvidas (e acusações) são internas.

As acusações chegam através de José Ribeiro e Castro que escreve que o CDS está morto e até lhe aponta a data da fatalidade e a causa da morte. O advogado e deputado não poupou críticas ao seu partido esta terça-feira, 11 de Agosto, no Observador. Num artigo de opinião, José Ribeiro e Castro anuncia: "o CDS finou-se".

A arma do crime terá sido, escreve José Ribeiro e Castro, a notícia de que a coligação tinha avançado com uma Comissão Política Nacional, algo que terá apanhado alguns militantes de surpresa, nomeadamente o deputado do CDS, que acusa o processo de falta de transparência. 

"A PàF [coligação Portugal à Frente] tem uma CPN [Comissão Política Nacional]?" – foi a dúvida que logo me assaltou o espírito. Onde estava ela prevista? E regulada? Como fora designada? Como foram escolhidos os treze membros de cada partido, PSD e CDS, e como foram designadas as seis personalidades independentes?", escreve Ribeiro e Castro. E acrescenta que para a coligação se marcou apenas uma reunião do Conselho Nacional do CDS, onde se apresentou a declaração conjunta assinada pelos líderes da coligação, onde não há qualquer referência "a uma CPN da coligação ou coisa que se pareça".

Ribeiro e Castro fala de "um núcleo restrito de Paulo Portas" que terá tido acesso exclusivo à versão do documento apresentada pelos colegas da coligação, no mesmo dia, no Conselho Nacional do PSD. O deputado conta que só terá conseguido aceder ao documento através de um jornalista e reforça que o CDS nunca teve esta versão do documento "presente a qualquer órgão deliberativo, nem se acha publicado".

O deputado declara a morte do CDS em cinco passos. Em primeiro, "a apresentação pública de uma Comissão Política da coligação, superando órgãos eleitos em Congresso". O segundo momento ocorreu com "a nomeação deste órgão sem que ninguém saiba como ocorreu, em processo clandestino". "Terceiro, a constituição de uma Comissão Política conjunta com base estatutária ou regulamentar inteiramente desconhecida. Quarto, o facto de as normas que regerão a respectiva existência não terem, em momento algum, sido apresentadas e aprovadas no Conselho Nacional do CDS". Conclui com um quinto momento: "a verificação de, à parte as minhas observações em público e dentro do partido, ninguém esboçar uma crítica, nem sequer os membros da Comissão Política eleitos no Congresso do CDS e assim preteridos e distratados". "Só numa organização defunta isto é possível", remata.

Acaba por esclarecer que o partido do presidente do CDS-PP ainda existe, "mas não é a associação política, não é uma instituição em sentido próprio, não é o CDS". Paulo Portas é descrito como "o partido do presidente que, blindado na coligação, tudo decide, tudo aprova, tudo escolhe, é o sobrevivo".

O advogado e político português abordou ainda "a forma como os conselheiros nacionais do CDS protestaram (alguns vigorosamente) contra a forma como o presidente do CDS escolheu e ordenou todos os futuros deputados indicados pelo partido, mas aprovaram por esmagadora maioria (135 votos em 141) essas mesmas listas" e "a noticiada ausência do CDS dos próximos debates televisivos eleitorais".

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