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PS afunda na Madeira e Victor Freitas demite-se

A coligação Mudança, liderada pelo PS e constituída ainda pelo PTP, PAN e MPT, foi a grande derrotada da noite, obtendo metade dos votos de 2011, quando os partidos concorreram separados. Victor Freitas assumiu as suas "responsabilidades".

Hélder Santos/Correio da Manhã
29 de Março de 2015 às 23:31
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O PS viveu uma noite verdadeiramente para esquecer nas eleições regionais madeirenses. Os socialistas decidiram concorrer coligados ao lugar deixado vago por Alberto João Jardim, mas a estratégia revelou-se um fiasco. A coligação Mudança conseguiu menos votos do que o PS, sozinho, nas eleições de 2011, e manteve os mesmos seis deputados que os socialistas tinham conquistado. Victor Freitas explicou que esta estratégia foi vitoriosa nas autárquicas, mas desta vez não foi suficiente.

 

Com 11,4% dos votos, a Mudança ficou a quilómetros do resultado de 2011. Nesse ano, a última maioria absoluta de Jardim, o PS, sozinho, conseguiu 11,5% dos votos – resultado suficiente para assegurar seis deputados. O PTP conseguira um resultado 6,9%, o que garantiu três deputados no parlamento regional. O PAN e o MPT conseguiram um deputado cada. Contas feitas, os partidos da Mudança conseguiram 11 deputados e um resultado combinado de 22,4%; desta vez, conseguiram apenas seis deputados e metade dos votos.

 

Victor Freitas, líder do PS Madeira e ideólogo da coligação, assumiu responsabilidades e distribuiu culpas. "Nestas regionais tudo fiz para que o PS e esta coligação tivessem uma base eleitoral mais alargada e consubstanciada nas forças que apoiámos nas últimas autárquicas", lembrou. "Tudo fizemos para o conseguir mas infelizmente houve partidos que entenderam não integrar a coligação num momento em que era importante que toda a oposição estivesse junta para fazer a mudança", criticou, numa farpa ao Bloco de Esquerda.

 

"Como assumi nas autárquicas os resultados eleitorais", bem como "nas europeias, assumo também aqui que esta estratégia foi conduzida por mim e, como tal apresento hoje a minha demissão de líder do PS Madeira", para que o "PS Madeira encontre outro líder de forma a vencermos as eleições nacionais".

 

Victor Freitas relevou ainda o facto de "50% dos madeirenses" não terem ido às urnas. "Gostaria que reflectíssemos todos nestes altos valores de abstenção", pediu.

 

O PTP, liderado por José Manuel Coelho, viu a sua presença no hemiciclo madeirense esfumar-se: os três deputados deram lugar a um, o próprio Coelho. A sua filha, que era a sétima da lista, ficou de fora do parlamento regional.

 

PS nacional disponível para fazer parte da solução

 

O comentário da direcção socialista à derrota eleitoral na Madeira ficou a cargo do secretário nacional Porfírio Silva. "Não atingimos os resultados ambicionados, mas faremos parte da solução para um novo ciclo democrático na Madeira", afirmou, ainda antes de Victor Freitas ter anunciado a sua demissão. Porfírio Silva disse esperar que a promessa de Miguel Albuquerque melhorar "a qualidade de vida democrática" na Madeira se concretize.

 

Quanto à estratégia de o PS correr coligado, o dirigente não se alongou. "Julgar a estratégia a posteriori é sempre relativamente fácil", afirmou, deixando críticas "àqueles que contribuíram para uma proliferação de candidaturas".

 

Porfírio Silva preferiu olhar já para o futuro, defendendo que se baixe a taxa de juro cobrada à região pelo resgate financeiro concedido em 2012. Costa defende, afiançou, "que a redução das taxas de juro à República", devido às compras do BCE, "deveria repercutir-se na redução das taxas de juro do empréstimo da República à Madeira".

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