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PS acusa PSD de querer manter "desastre nacional"
O dirigente socialista Alberto Martins responsabilizou o PSD pelo fracasso das negociações para um acordo de “salvação nacional”, acusando os sociais-democratas de “desastre de análise política”, “falta de realismo” e de quererem “continuar tudo na mesma”.
“Estas negociações são umas negociações que se concluíram desta forma porque o governo quer continuar na mesma e continuar na mesma para nós é um desastre nacional”, afirmou o socialista que presidiu às negociações para um acordo de salvação nacional, pedido pelo Presidente da República.
Alberto Martins, que falava à margem de uma acção de campanha do PS em Matosinhos, explicou que o PS apresentou propostas “para um novo rumo para Portugal” na mesa de negociações, mas que “o PSD quer continuar tudo na mesma”.
“Os portugueses só podem responsabilizar o PSD por estes dois anos de desastre, o PS queria sair disto, o presidente da República também queria sair disto. O PSD não quer, quer continuar onde está”, assinalou.
Para o dirigente socialista “isto é um desastre de análise política, os portugueses olham-se ao espelho e veem que estas pessoas não têm consciência da realidade”.
“O que é preciso é um novo rumo, era esse novo rumo que o Presidente da República nos apelava”, defendeu.
Confrontado pelos jornalistas com as declarações do coordenador da direção nacional social-democrata, Jorge Moreira da Silva, que hoje disse que o PSD estava de “consciência absolutamente tranquila” quanto ao seu empenho no processo, Alberto Martins respondeu que “o PS esteve nestas negociações por impulso do senhor Presidente e com o objetivo de garantir as melhores soluções para os portugueses”.
“Ficamos muito surpreendidos com a declaração do PSD quando o PSD nos diz que o governo cumpriu com êxito dois anos de programa de ajustamento e que o país está numa situação de evolução positiva. Ora, não sabemos de que país é que o PSD está a falar”, destacou.
Alberto Martins, que participou nas conversações com PSD e CDS, esclareceu ainda que as propostas socialistas levadas à mesa das negociações “eram o propósito de mudar Portugal, eram o propósito de maior crescimento, maior emprego, políticas públicas aos mais diversos níveis”, mas “nesse caso o governo não deu resposta”.
“O que existe é um falhanço do governo, o que existe é a falta de realismo de um governo que ao fim de dois anos e depois deste desastre político, social, cultural, cívico e de pobreza de Portugal ainda fala assim”, acusou.