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PCP acusa Cavaco de "desrespeitar a Constituição"

Foi pela voz do líder parlamentar do PCP que os comunistas acusaram Cavaco Silva de "desrespeitar a Constituição", numa decisão de "absoluto desprezo" pela vontade popular expressa nas eleições de 4 de Outubro.

João Oliveira: É talvez o rosto de Évora com maior projecção mediática na Assembleia da República. João Oliveira é o actual líder parlamentar do Partido Comunista Português. Eleito sempre pelo círculo de Évora, o deputado e advogado de 36 anos ocupa essa função desde Outubro de 2013, substituindo Bernardino Soares, actual presidente da Câmara Municipal de Loures.
Pedro Catarino /Correio da Manhã
22 de Outubro de 2015 às 20:59
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O PCP criticou duramente a posição assumida esta quinta-feira, 22 de Setembro, pelo Presidente da República, Cavaco Silva. João Oliveira, líder da bancada parlamentar comunista durante a última legislatura, considera que a indigitação de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro é uma "decisão inaceitável" e que revela desrespeito por aquilo que foi o "resultado claro" das eleições realizadas a 4 de Outubro. 

Esta é uma "decisão que traduz uma posição de confronto e desrespeito pela Consitutição portuguesa", presisamente aquilo que o Presidente "deveria respeitar", acusou João Oliveira.

 

O deputado comunista prosseguiu nas críticas ao Presidente da República ao vincar que doravante Cavaco Silva "é inteiramente responsável pela instabilidade que resultará desta decisão que assumiu". João Oliveira reiterou aquilo que já ficara claro na noite das eleições, quando Jerónimo de Sousa, secretário-geral comunista, garantiu que se dependesse do PCP o Governo da coligação de direita havia chegado ao fim. "Apresentaremos uma moção de rejeição", disse Oliveira.

Durante o seu discurso, Cavaco Silva não se limitou a indigitar Passos Coelho. Foi mais longe ao reconhecer que "o Governo formado pela coligação vencedora pode não assegurar inteiramente a estabilidade política de que o País precisa", mas afiançando "serem muito mais graves as consequências financeiras, económicas e sociais de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas".

 

"Com esta decisão [o Presidente] optou por esta posição de confronto com a Constituição e com a vontade dos portugueses. Sobretudo num quadro em que estava claro, desde a noite das eleições que PSD e CDS não tinham condições para governar", concluiu João Oliveira.

Também Os Verdes "
lamentam profundamente a decisão do Presidente da República", reagiu Heloísa Apolónia. Mas a líder do partido ecologista garante que Os Verdes "não ficam surpreendidos porque o Presidente da República, durante os seus mandatos, tem tido sempre uma postura de amparo ao PSD e ao CDS".

Heloísa Apolónia ironizou ainda com o facto de Cavaco Silva, que "reclama tanto pela estabilidade", acabar por escolher uma solução que gera "profunda instabilidade no país", numa decisão feita "contra aquela que foi a vontade dos eleitores de não continuidade das políticas" dos partidos da coligação.

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