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PCP: Actual solução política mostra "carácter limitado" apesar dos avanços

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou na noite de terça-feira, em Coimbra, que, apesar dos avanços positivos com o Governo PS, ficou patente nestes seis meses o "carácter limitado da actual solução política".

Miguel Baltazar/Negócios
18 de Maio de 2016 às 00:59
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"Temos pela frente muita luta a desenvolver e a travar pela defesa, reposição e conquista de direitos dos trabalhadores e do povo. Luta tão mais necessária quanto fica patente em toda a evolução destes meses, apesar dos avanços positivos, o carácter limitado da actual solução política", disse Jerónimo de Sousa, que falava para uma plateia de militantes comunistas num comício, em Coimbra.

 

Segundo o secretário-geral do PCP, fica também patente "a necessidade de dar cada vez mais força a uma verdadeira política alternativa - a política patriótica e de esquerda que o PCP propõe".

 

Num discurso em que foram elencados os "avanços" conseguidos nos primeiros seis meses do Governo PS, Jerónimo de Sousa recordou também que "havia condições e era possível ir mais longe, dando resposta a muitos outros problemas".

 

"Outros avanços eram possíveis se fossem aceites e concretizadas as nossas propostas de reversão das PPP [Parcerias Público-Privadas] e das medidas de política fiscal dirigidas ao grande capital", constatou.

 

No entanto, no entender de Jerónimo de Sousa, falaram "mais altos os condicionamentos das opções do Governo, a sua recusa em se libertar das imposições europeias e de outros constrangimentos externos e o capital monopolista que domina o país".

 

Os resultados, realçou, estão "aquém do que é necessário na resposta às justas reivindicações de reposição de direitos e melhoria de condições de vida", considerando que as opções do PS "não integram a solução de fundo" que Portugal "precisa para enfrentar os graves problemas com que está confrontado".

 

"Havia condições e era possível ir mais longe na valorização das pensões de reforma, como o aumento de 10 euros" que o PCP propôs, era "possível eliminar já em 2016 as restrições a direitos e rendimentos dos trabalhadores da Administrações Pública" e também "assegurar mais substanciais apoios à produção nacional e aos sectores produtivos", defendeu.

 

Apesar das críticas apontadas ao Governo, Jerónimo de Sousa sublinhou também que o Orçamento do Estado para 2016 é "diferente para melhor dos orçamentos dos últimos anos", congratulando-se com várias "medidas positivas" aprovadas.

 

Abordando também a questão da precariedade nos vínculos laborais, Jerónimo de Sousa voltou a criticar "alguns partidos que se afirmam de esquerda", não aceitando a "concepção de que estes trabalhadores" tenham "um estatuto próprio de precários". Para o PCP, apontou, "precários são os vínculos e não os trabalhadores que estão nesta situação".

 

O comício do PCP realizou-se no Teatro Paulo Quintela da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, no âmbito da campanha nacional do partido "Mais direitos, Mais Futuro, Não à Precariedade". 

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