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PCP diz que Montenegro insiste nas opções responsáveis pelos problemas do país

"A intervenção do primeiro-ministro, Luís Montenegro, confirma a insistência do Governo do PSD e CDS em prosseguir as orientações e as opções que são responsáveis pelos problemas no nosso país", afirmou a líder parlamentar comunista, Paula Santos.

António Cotrim / Lusa
02 de Abril de 2024 às 23:14
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O PCP considerou que o discurso de hoje do novo primeiro-ministro, na sua tomada de posse, prova a "insistência do Governo" nas opções responsáveis pelos problemas do país, como baixos salários e pensões e degradação de serviços públicos.

"A intervenção do primeiro-ministro, Luís Montenegro, confirma a insistência do Governo do PSD e CDS em prosseguir as orientações e as opções que são responsáveis pelos problemas no nosso país", afirmou a líder parlamentar comunista, Paula Santos.

A deputada do PCP reagiu ao discurso de Montenegro na Assembleia da República, já que o partido não esteve presente na cerimónia de tomada de posse do novo executivo, que decorreu ao final da tarde de hoje no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Segundo disse, foram as orientações que o Governo do PSD e do CDS-PP pretende agora prosseguir que "levaram aos baixos salários, às baixas pensões, à degradação dos serviços públicos", assim como à privatização de setores estratégicos da economia portuguesa.

Isto quando, de acordo com Paula Santos, "se impõe" para Portugal o aumento dos salários e das pensões, o investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a disponibilização de habitação pública e a proteção dos inquilinos.

A líder da bancada do PCP lamentou ainda que o primeiro-ministro tenha feito referência aos jovens na sua intervenção, mas "sem nunca referir a causa" a que leva muitos a deixarem o país, reiterando que isso acontece devido aos baixos salários e à instabilidade que sentem.

"Não houve uma palavra para aumentos efetivos dos salários. O caminho que aponta, a ser prosseguido, só levará a um agravamento desses mesmos problemas", alertou Paula Santos, referindo-se ainda à redução fiscal proposta pelo Governo da Aliança Democrática.

Para a dirigente comunista, o novo Governo não apresenta uma "opção por uma justa política fiscal" para aliviar a tributação sobre os rendimentos do trabalho, sobre as micro, pequenas e médias empresas, pretendendo, por outro lado, "reduzir os impostos, mas para os grupos económicos".

Apontou também o exemplo da Saúde, ao defender a necessidade de garantir o seu acesso a todos os utentes através do investimento no SNS, ao invés de "encaminhar e transferir mais recursos públicos para os grupos privados que lucram à custa da doença".

"Parece que há já um exercício por parte de Luís Montenegro para fugir aos compromissos assumidos. O que é de facto necessário é dar resposta aos problemas", salientou Paula Santos.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu hoje posse ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e aos ministros do XXIV Governo Constitucional, numa cerimónia no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, 23 dias depois das eleições legislativas antecipadas de 10 de março, o chefe de Estado empossou o primeiro-ministro e depois os 17 ministros do executivo minoritário formado por PSD e CDS-PP.

O XXIV Governo Constitucional ficará completo com a posse dos secretários de Estado, marcada para sexta-feira.
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