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Paul Krugman: Líderes da União da Europeia "estão em profunda negação"

O prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, considera que os líderes da União Europeia, como Durão Barroso, "estão em profunda negação" ao declararem que o euro não teve nada a ver com a crise.

Bruno Simão/Negócios
26 de Maio de 2014 às 19:24
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"Sentado numa sala a ouvir líderes da União Europeia a reagir às eleições para o Parlamento Europeu parece-me que estão em profunda negação. Durão Barroso declarou que o euro não teve nada a ver com a crise, que foram tudo políticas falhadas ao nível nacional; há uns minutos atrás disse que o problema real da Europa é a falta de uma vontade política. Isto é impressionante, mas no mau sentido", publicou Paul Krugman esta segunda-feira na sua página online de opinião no New York Times, 'A Consciência de Um Liberal'.

 

Presente na conferência internacional organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) que desde domingo decorre em Sintra, o Nobel da Economia reagia assim às declarações que o presidente da Comissão Europeia proferiu num dos debates hoje realizados.

 

"Sabemos muito bem o que aconteceu: primeiro a criação do euro encorajou fluxos de capital para o sul da Europa, depois o dinheiro secou -- e a ausência de moedas nacionais significou que os países endividados tiveram de se submeter a um processo de deflação extremamente doloroso", afirma o economista, que tem sido muito crítico das políticas de austeridade na Europa.

 

Por outro lado, Paul Krugman considera que "se há coisa que a Europa tem é vontade política", já que os governos dos países do Sul "impuseram políticas de austeridade inacreditavelmente duras para serem bons europeus". "O que é que podiam ter feito que não fizeram?", questiona.

 

O Nobel da Economia considera que se gregos, portugueses e espanhóis se "comprometeram, com toda a sua vontade, a se ajustarem, as suas economias deveriam crescer apesar da deflação e da austeridade".

 

No último dia da conferência, Paul Krugman apresenta um artigo a defender que o BCE deve abandonar a política de baixa inflação.

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