Notícia
Passos exige esclarecimentos do Governo sobre saída de três "offshore" da lista negra
O líder do PSD criticou o silêncio do Governo perante aquilo que considerou serem "problemas sérios e contradições" e exigiu esclarecimentos.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, exigiu esclarecimentos do Governo sobre a retirada de três "offshore" da lista negra, acusando o ministro das Finanças e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de fazerem "afirmações contraditórias".
Em causa está a decisão do Governo de retirar Uruguai, Jersey e a Ilha de Man da lista de jurisdições não cooperantes.
"O ministro das Finanças disse no parlamento que tudo se tinha passado de acordo com os pareceres da Autoridade Tributária (AT) e eis que o secretário de Estado dele veio dizer que não há pareceres nenhuns e que a AT nem sequer foi ouvida sobre esta matéria", disse Pedro Passos Coelho.
O líder do PSD criticou o silêncio do Governo perante aquilo que considerou serem "problemas sérios e contradições" e exigiu esclarecimentos.
"E acham estas pessoas no Governo que podem estar a governar como se fossem impunes, sem dar nenhuma explicação ao país, sem se retratarem. Têm que dar explicações, porque nós não deixaremos passar esta matéria sem explicações claras, seja do primeiro-ministro, seja do ministro das Finanças, seja do secretário de Estado", afirmou.
Passos Coelho discursava em Oliveira do Bairro, durante um jantar de apresentação da candidatura do vereador António Mota à presidência daquele município pelo PSD nas próximas eleições autárquicas.
Na sua intervenção, o líder do PSD referiu-se ainda ao bom momento que se vive no país, considerando que os governantes "falam com o rei na barriga" e estão todos tão "enlevados" que se esquecem de que é preciso trabalhar para que "o melhor se mantenha e se amplie".
"Nós precisamos ainda de fazer muitas coisas se queremos dar um salto qualitativo no nosso crescimento. Se nos limitarmos a deixar que as coisas corram e fluam, iremos ter o que já tivemos antes", disse, lembrando que isso "nem sempre chegou para o que era preciso".
Por isso, defendeu que é preciso fazer reformas, que "não estão a ser feitas, nem estão a ser programadas".
Passos Coelho acusou ainda o Governo de "fazer pouco do que diz que vai fazer", embora reconhecendo que conseguiu "alguns resultados que são importantes para o país", e afirmou que se o PSD estivesse no Governo, poderia oferecer "resultados ainda melhores do que aqueles que se estão a viver".