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Oposição já vê plano B. Governo resiste com ajuda de Marcelo

Bloco de Esquerda e PCP avisam Governo que previsões da Comissão são uma “chantagem”. Governo e Presidente sublinham défice abaixo de 3% este ano.

Reuters
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A oposição aproveitou esta terça-feira a diferença entre as previsões da Comissão Europeia e do Governo quanto ao défice deste ano para reforçar a ideia de que serão precisas medidas adicionais este ano. Mas enquanto o PSD e o CDS preferem olhar para as más notícias que chegaram de Bruxelas, o Executivo escolhe o lado bom das Previsões de Primavera da Comissão Europeia. Nesta forma de olhar para a realidade, o Governo não está sozinho - conta com a ajuda do Presidente da República.

"[É de] esperar que haja medidas adicionais algures ao longo deste ano", disse a vice-presidente do PSD, Maria Luís Albuquerque, em reacção aos números de Bruxelas, citada pela Lusa, tendo em conta o agravamento do défice estrutural previsto por Bruxelas. A Comissão reviu em baixa a previsão de crescimento para 1,5% este ano e também o défice para 2,7%. O Governo de António Costa prevê que a economia cresça 1,8% e que o défice fique em 2,2% do PIB.

Também Assunção Cristas, líder do CDS, antecipa que as medidas adicionais são uma inevitabilidade. "As contas não batem certo, as medidas não correspondem às necessidades e, por outro lado, há erros que estão a ser cometidos", afirmou a presidente do partido.

Ou seja, para a oposição as medidas adicionais são uma questão de tempo. Mas o Governo não acredita que o plano B vá ser necessário. "O Governo acredita que conseguirá cumprir as metas traçadas no Programa de Estabilidade através da rigorosa implementação das suas medidas de política económica", afirmou o Ministério das Finanças em comunicado, acrescentando que "a revisão das projecções da Comissão Europeia não justifica qualquer alteração aos objectivos definidos".

O ministério de Mário Centeno prefere destacar outro aspecto das previsões de Bruxelas: "O facto mais assinalável é a forte revisão da estimativa para o défice em 2016, que passou de -3,4% nas previsões do Inverno para -2,7% nestas previsões. Esta previsão confirmará a saída do Procedimento de Défice Excessivo em 2016".

O Governo não quer perder a oportunidade de rentabilizar uma boa notícia e o Presidente da República não quis passar ao lado da mesma. "Já há um ponto bom: é que quer o Governo português quer Bruxelas acham que [o défice deste ano] fica abaixo dos 3%. É uma boa notícia. Se for 2,7% é um número de que já não me recordo há muito tempo em Portugal", disse Marcelo Rebelo de Sousa, pedindo paciência enquanto Portugal espera pela avaliação final de Bruxelas, que será feira ainda este mês.

Enquanto não chegam as decisões para Portugal, os parceiros do Governo - Bloco de Esquerda e PCP - pedem firmeza a Costa e rejeitam a "chantagem" de Bruxelas.
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