Notícia
Municípios querem nova lei das Finanças Locais
Moção foi aprovada no congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses.
Os municípios defenderam este domingo, 12 de dezembro, uma nova Lei das Finanças Locais que não seja apenas a 'recauchutagem' da que existe atualmente, considerando que as autarquias têm de ter maior participação nos fundos públicos.
A moção acerca do financiamento local foi hoje aprovada no XXV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses, que decorre em Aveiro.
Foi precisamente o presidente da Câmara de Aveiro, o social-democrata Ribau Esteves, quem apresentou a moção, na qual pediu aos autarcas presentes um "militante trabalho na luta" para que em 2022 se resolva de uma vez por todas "este dramático problema que tem a gestão da receita e da despesa pública em Portugal".
"Têm de ser não só alteradas, mas invertidas, as evoluções dos pesos da participação dos municípios nas receitas públicas, que têm diminuído quando comparadas quer com o total das receitas fiscais do Estado, quer com o total das despesas do Estado", disse.
"Defendemos com clareza uma nova Lei das Finanças Locais. Já chega de recauchutar a lei que temos. Ela está completamente desadaptada e aí vamos trabalhar a solidariedade entre os municípios. Porque aqueles que têm mais capacidade de gerar receita própria têm que obviamente receber menos dos fundos do Orçamento do Estado e aqueles que têm menos capacidade de ter receita própria tem que receber mais", afirmou.
Ribau Esteves destacou que em Portugal os municípios têm uma participação de 9,7% no total das receitas, o que compara com uma diferença significativa em relação a uma média europeia de 23,2%, "valores obviamente profundamente díspares".
O XXV Congresso da ANMP realiza-se no Parque de Exposições e Feiras de Aveiro, com a participação de cerca de um milhar de congressistas, em representação de praticamente todos os 308 municípios portugueses.