Notícia
Montenegro cola PS e Chega a eventual desequilíbrio nas contas públicas
O primeiro-ministro insiste que o país não "estava de cofres cheios e a nadar em dinheiro" como faziam crer as declarações do anterior Governo. Luís Montenegro espera ainda um excedente no final deste ano e no próximo, mas responsabiliza PS e Chega por eventual desequilíbrio nas contas públicas.
"É intenção chegar ao final do ano com contas públicas equilibradas, mas esses objetivos para este ano e o próximo não responsabilizam só o Governo", começou por referir Luís Montenegro. "Há mais responsáveis sobre o que serão as contas publicas de 2024 e 2025: os partidos que aprovaram medidas com impacto orçamental. Há duas com responsabilidades acrescidas: do PS e do Chega", apontou o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro lembrou, por outro lado, que o défice de 0,2% apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o primeiro trimestre deste ano é da "inteira responsabilidade do anterior Governo". Luís Montenegro socorreu-se dos números já antes avançados pelo ministro das Finanças para explicar o regresso aos desequilíbrios orçamentais: "Mais de mil milhões de despesa extraordinária", recordando que se "gastou quase 50% da dotação provisional do Ministério das Finanças e um conjunto de decisões que o Conselho de Ministros do antererior Governo tomou sem cabimentação orçamental".
Luís Montenegro apontou o exemplo da proposta do PS para alívio do IRS e que foi aprovada no Parlamento e que segundo o chefe do Governo "não corresponde ao sentido e espírito da proposta do Governo." O primeiro-ministro referiu que o impacto orçamental "vai ser superior ao que tínhamos estimado na nossa proposta", responsabilizando os partidos da oposição, em concreto o PS e o Chega. As medidas, afirmou Montenegro, "responsabilizam aqueles que tomaram a decisão (...) que quiseram legislar em substituição do Governo e das forças políticas que o apoiam e quiseram assumir também a sua responsabilidade."
Quem governa?
Na fase de perguntas, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, recusou que esteja a aprovar propostas com a ajuda do Chega e lembrou algumas iniciativas que passaram no parlamento também com o apoio do partido de André Ventura. "Ainda sexta-feira, o Governo viu aprovadas propostas com a ajuda do Chega", apontou o secretário-geral socialista. "Teve os votos favoráveis do Chega, como o alojamento local, como teve o elogio do Chega na Justiça e de forma parcial em matérias de imigração", indicou Pedro Nuno Santos, para quem o que interessa para os portugueses é "saber se vão pagar menos IRS já em 2024 como prometeu o Governo."Na resposta, o primeiro-ministro frisou que "o Governo tem de governar e apresentar à Assembleia da República propostas e pretende ter na Assembleia o maior apoio possível para executar o seu programa", alegando que "o que é estranho é o PS querer o apoio do Chega para executar o seu programa na oposição. Se o PS não quisesse governar a partir da Assembleia da República com o apoio do Chega apresentava ao Governo recomendações e não iniciavas legislativas com força de lei. E isso é uma opção sua."
(Notícia atualizada às 15:45 com mais informação)