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Moedas: "Apoio Montenegro com todas as forças"
Carlos Moedas defende que "o país precisa de falar menos de política partidária". Para o autarca de Lisboa, os políticos têm antes de "estar mais próximos das pessoas a fazer o concreto".
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, manifestou esta terça-feira o seu apoio ao líder do PSD, Luís Montenegro, nas próximas eleições antecipadas, convocadas para 10 de março.
"Todos sabem que apoio Luís Montenegro, que é o líder do meu partido, que espero que seja o próximo primeiro-ministro de Portugal", afirmou aos jornalistas, à margem de uma visita à Web Summit.
Apesar da ressalva, quando questionado sobre se uma eventual aliança com o Chega seria para si uma linha vermelha, Carlos Moedas respondeu que "o presidente da Câmara de Lisboa não governa com o Chega", mas deixou um apontamento a esse respeito: "Já agora temos de saber que as pessoas que hoje votam no Chega estão revoltadas com o que se passa no país. Essa revolta é real e temos de respeitar essas pessoas que votam pela revolta de não aguentarem mais um país onde os políticos não se dedicam à causa pública e dedicam-se à política partidária e a toda esta fricção desnecessária".
Para Carlos Moedas afigura-se importante "acabar com esta fricção política", por "tantas razões", desde logo porque abre caminho a extremos e à fragmentação da sociedade.
"Estamos a viver momentos difíceis, com guerras, e em que as pessoas estão a polarizar e a missão dos políticos é exatamete não polarizar. Polarizar é criar extremos é criar ódio. Esse ódio é criado pelos extremos à esquerda e à direita. É importante sabermos que os extremos estão a criar ódio, temos visto na Europa, e esse ódio cria nas sociedades algo que a pode partir", declarou.
"O país precisa de falar menos politica partidária", defendeu, apontando que os políticos têm antes de "estar mais próximos das pessoas a fazer o concreto - é aquilo que faço todos os dias", frisou.
Orçamento da câmara "quase impossível" de ser chumbado
Questionado sobre se receia que a proposta do orçamento para 2024 da Câmara de Lisboa pode vir a ser chumbado pela oposição, já que governa sem maioria absoluta, Carlos Moedas disse acreditar ser "quase impossível".
"Apresentámos um orçamento de 1.300 milhões de euros. É a segunda vez consecutiva que consigo apresentar este valor. É preciso ver o que estamos a apresentar. Parece-me quase impossível a oposição chumbar um orçamento que aumenta em mais 40% o investimento em habitação".
"O presidente da Câmara de Lisboa está na Web Summit a falar de unicórnios, mas onde estou a investir é na habitação para os lisboetas", atirou, realçando que, desde que se tornou edil, há dois anos, o investimento neste âmbito ascende a 560 milhões (com 140 milhões previstos para o próximo ano) e que foram entregues 1.500 chaves.
"O presidente da Câmara gosta de estar aqui porque sei que é onde se produz riqueza para com esse dinheiro trabalhar para os lisboetas", frisou.
"Para que esse bem estar social exista, precisamos de produzir riqueza. Portanto, temos de deixar esta política que se vive em Portugal de uns que são a favor das empresas e de outros que dizem que estão pelo Estado social. Não - para existir Estado social temos de estar do lado das empresas porque são elas que criam riqueza", rematou.
Questionado sobre se vai manter-se no cargo até ao final, Carlos Moedas respondeu: "Sem dúvida. Tenho grande privilégio em ser presidente da câmara de Lisboa".